Morte do filho de Ravengar revela “herança maldita”

O assassinato de Rafael da Silva Napoleão, 16 anos, filho do traficante Raimundo Alves de Souza, o Ravengar, ocorrido na semana passada, revela uma espécie de “herança maldita” deixada pelo maior varejista de cocaína do Estado, depois de sua prisão, no ano de 2004. Com a morte do adolescente somam-se dois parentes de Raimundão mortos e nove presos, desde que a força tarefa da polícia e do Ministério Público do Estado desarticularam o esquema de venda de drogas comandado pelo traficante.

Incluindo os parentes de Ravengar, um total de 22 pessoas foram acusadas de envolvimento com o traficante, entre eles policiais militares e civis. Quase todos foram presos. Rafael é a mais recente vítima da sequência de crimes e vinganças iniciada após a prisão de Ravengar.

O filho caçula de Ravengar foi levado por PMs, de dentro da casa da avó materna, imóvel número 13 da Rua São Gonçalo, no bairro de São Gonçalo do Retiro, segundo versão de moradores do bairro. Os policiais levaram o rapaz dentro de uma viatura da corporação, na noite do dia 11 desse mês. Um dia depois, Rafael foi encontrado morto, com os olhos arrancados e as mãos amarradas, na Rua do Cobre, no bairro de Ilha Amarela, uma área comumente usada para desova (abandono de corpos).

Rafael não tinha qualquer envolvimento com a criminalidade, segundo investigadores da 5ª CP (Delegacia de Periperi) que apuram sua morte. A polícia não comentou o caso oficialmente, mas já identificou PMs suspeitos do crime. O rapaz estaria sendo extorquido por policiais que acreditavam que ele tinha dinheiro por ser filho de Ravengar.

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