Paulo Souto na Conveção: "Perdemos investimentos, perdemos prestígio nacional”


Paulo Souto para governador, Nilo Coelho para vice e José Ronaldo para senador. Os três nomes homologados pelo Democratas, na manhã deste sábado (12/06/2010), chegaram juntos à convenção nacional do PSDB, no Centro Espanhol, em Salvador. Eram 11h50min.



No mesmo momento, chegou José Serra, o anfitrião da festa. Entre ruidosa salva de fogos e desfraldar de bandeiras, a calorosa recepção de milhares de pessoas, que os aguardavam na imensa tenda armada no tradicional clube. A estimativa era de um público superior a 10 mil espectadores presentes.

O candidato ao governo da Bahia pelo Democratas, Paulo Souto, abriu os discursos. A platéia gritou seu nome e ele subiu no púlpito e respondeu ao chamado com o compromisso de colocar a Bahia novamente no caminho que leva ao desenvolvimento econômico e social.

Foi realista na crítica: “Nos últimos quatro anos, o que cresceu de forma substantiva na Bahia foram os índices de homicídios e de mortes por falta de atendimento nas unidades de saúde... Perdemos investimentos, perdemos prestígio nacional.”
Mas não faltou nas palavras de Paulo Souto a coragem de se comprometer em transformar a lamentável realidade: “Juntos, Serra, de mãos dadas, começamos hoje a construir um novo tempo de desenvolvimento, liberdade, justiça e paz. Porque o Brasil tem pressa. E porque a Bahia quer e merece mais.”


O presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, sucedeu o candidato democrata ao governo baiano. Iniciou seu pronunciamento justificando a realização da convenção tucana na Bahia: “Por ser o estado que marca a personalidade brasileira, a Bahia de todos os santos é o melhor lugar para lançar o candidato a favor da unidade de todos os brasileiros. Não queremos divisionismo em nosso país.”



O ex-governador de Minas Gerais, Aécio Neves, candidato ao Senado Federal, preferiu o microfone sem fio e evitou o púlpito. Foi para frente do palanque e, num discurso de improviso e empolgante, como ele mesmo disse, pronunciou palavras do coração:

“Tudo para terminar bem, tem que começar bem. Nada melhor do que começar essa campanha no solo onde nasceu a nacionalidade brasileira para reafirmar o compromisso com o futuro de todos. O Brasil não merece ser o país de alguns nem ter um messias. O Brasil é de cada um e de todos os brasileiros.”

Inspirado em Castro Alves, Aécio destacou que a praça não é de um partido. “É do povo e cabe ao povo ocupar as praças para dizer que quer mais”, disse, reclamando do aparelhamento atual do estado brasileiro. O ex-governador mineiro fechou o discurso, ressaltando as qualidades de Serra. “Temos o melhor dos candidatos e não o reflexo de um líder”.

O ex-governador paulista, José Serra, iniciou seu pronunciamento aceitando a missão de ser candidato à presidência da República e agradecendo a todos a confiança depositada em seu nome. E logo saiu em defesa dos valores democráticos: “Não há justiça social sem democracia”.

A liberdade de imprensa, para ele, não pode ficar sujeita a pressões do aparelho estatal. “Não aceito a patrulha de ideias, seja lá da cor que for, azul ou vermelha”. Defendendo a organização dos trabalhadores por interesses legítimos, ele condenou a formação de organizações pelegas.

Ao afirmar que “o poder público tem que se submeter à sociedade”, Serra observou que o século XXI não era mais o tempo de Luiz XIV, rei absolutista francês que, no século XVIII, dizia que o estado era ele. “Não há mais lugar para luízes deste tipo”, ironizou.

Serra apresentou algumas propostas que pretende executar no caso de eleito presidente do País. Na educação, se comprometeu em recuperar a qualidade do ensino fundamental, colocando dois professores por sala nas primeiras séries, para aprimorar a alfabetização.

Com relação ao ensino profissionalizante, prometeu criar um milhão de novas vagas em escolas técnicas de nível médio. Também propôs multiplicar os cursos de qualificação para os desempregados. Na saúde, pretende implantar policlínicas no País para realizar 27 milhões de consultas e 63 milhões de exames por ano. “Vamos recuperar a saúde pública no Brasil”, afirmou.

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