RIO - O homem acusado de ter executado Eliza Samudio, Marcos Aparecido Santos, conhecido como Neném, Bola e Paulista, foi preso por policiais da Delegacia de Homicídios de Minas Gerais no início da noite desta quinta-feira. Ele foi cercado em uma casa em Pampulha, Belo Horizonte. As primeiras informações - dadas pelo delegado Wagner Pinto, em entrevista ao vivo ao programa Brasil Urgente, da Rede Bandeirantes - davam conta de que Marcos havia se entregado após o cerco dos policiais. Após a prisão, ele foi levado para o Departamento de Investigações de Belo Horizonte, onde chegou encapuzado.
O golerio Bruno e seu amigo, Luiz Henrique Romão, o Macarrão, embarcaram na noite desta quinta-feira no Aeroporto Santos Dumont para Belo Horizonte num avião de pequeno porte da Polícia Civil. O advogado do jogador, Ércio Quaresma Firpe, disse que Bruno não irá depor enquanto ele - o advogado - não tiver em mãos a cópia do depoimento do menor de 17 anos que confirmou o sequestro de Eliza Samudio. A previsão é de que eles cheguem ao destino antes das 23h. A transferência foi determinada pela 38ª Vara Criminal do Rio, porque o estado de Minas concentra as investigações do caso.
Segundo o depoimento do menor de 17 anos, que depôs confessando participação no desaparecimento da jovem, no dia 9 de junho, a jovem foi levada para a casa do ex-policial civil. Ela saiu do sítio do goleiro Bruno sob o argumento de que iria para um apartamento alugado. Por isso, arrumou as malas para partir com o filho.
" Você não vai mais apanhar, você vai morrer "
Ao chegar na casa do ex-policial, a jovem teve as mãos amarradas para trás e levou uma gravata. Antes de ser asfixiada e morta, Eliza dizia que não aguentava mais apanhar. Marcos, então, respondeu para ela: "você não vai mais apanhar, você vai morrer." E, estrangulou a jovem.
Depois do crime, em Vespasiano, o ex-policial mandou que as testemunhas fossem embora para que ele pudesse se livrar do corpo. Foi quando Marcos esquartejou o corpo e jogou partes para os cachorros.
Os outros envolvidos foram para o sítio de Bruno. Ao chegarem ao local, o goleiro ateou fogo na mala de Eliza e depois foi beber cerveja na piscina.
O jogador, segundo o delegado Edson Moreira, chefe do Departamento de Investigações de Homicídios e Proteção à Pessoa de Minas Gerais, participou das agressões e foi definido por ele de uma forma surpreendente:
- Ele é um ídolo para o Flamengo, mas um monstro para a polícia. Estamos muito chocados com a brutalidade do crime. Estamos acostumados a ver coisas bárbaras, mas este caso nos deixou muito emocionados - disse.
Enquanto estava em cárcere privado, no sítio de Bruno, em Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte, Eliza era obrigada a telefonar para amigas e dizer que estava bem e viajando. Durante os telefonemas, Bruno colocava caixas de som ao lado dela, ligadas num volume alto, para parecer que ela estava em festas.OGLOBO
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