RIO - O goleiro Bruno, do Flamengo, e seu amigo Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, chegaram no início da noite desta quarta-feira à Delegacia de Homicídios (DH) da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Eles se apresentaram, por volta das 17h, na Polinter do Andaraí, na Zona Norte da cidade. Minutos antes, o titular da Delegacia de Homicídios (DH) do Rio, Felipe Ettore, informara que o goleiro será indiciado como mandante do sequestro de sua ex-amante, Eliza Samudio. Macarrão e o adolescente de 17 anos, que depôs nesta terça-feira, confessando participação no crime, assim como amigos do jogador, serão indiciados como executores do sequestro. O menor está voltando de Belo Horizonte para o Rio, onde indicou o local exato onde estariam enterrados os restos mortais de Eliza. O adolescente deverá passar por novo interrogatório junto com Macarrão e o goleiro do Flamengo até quinta-feira.
Confira a cronologia do caso e seus personagens
Os mandados de prisão contra Bruno e Macarrão pelo sequestro da jovem foram expedidos pela juíza Fabelisa Gomes de Souza, da Justiça do Rio, na madrugada desta quarta-feira. Ela atendeu pedido do Ministério Público, que nesta terça-feira solicitou a prisão temporária, por cinco dias, do goleiro do Flamengo, acusado de ser mandante do sequestro da ex-amante. O advogado do goleiro, Michel Assef Filho, esteve no Fórum do Rio nesta manhã e disse que vai entrar com pedido de habeas corpus para o atleta.
- No meu entender, não há motivo para a prisão do Bruno - disse.
Ele disse ainda que o adolescente de 17 anos não é parente do jogador. E declarou que só vai comentar o depoimento do menor quando tomar conhecimento legal do seu conteúdo:
- O menor precisava ter um parente com ele, um representante legal junto no depoimento - falou ao RJTV.
A Justiça mineira, por meio da juíza Marixa Lopes Rodrigues, do 1º Tribunal do Júri de Contagem, também expediu oito mandados de prisão temporária relacionados ao desaparecimento de Eliza; Bruno, sua mulher e Macarrão também fazem parte desta lista. Todos são acusados de tentar forjar provas na investigação. A mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, foi presa na madrugada desta quarta-feira, em casa, em Belo Horizonte. Também já foram presos Elenilson Vitor da Silva, caseiro do sítio de Bruno, e mais três amigos do atleta: Flávio Caetano de Araújo, Sérgio Rosa Sales Camilo e Wemerson Marques de Souza, o Coxinha. O adolescente de 17 anos teve a internação provisória decretada pela juíza. Quatro mandados de busca e apreensão foram expedidos ainda em Minas Gerais.
Dayanne foi levada para o Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DIHPP) da capital mineira. Ela estava com depoimento agendado para as 14h desta quarta, mas foi detida antes. A mulher do jogador já havia sido presa em flagrante por subtração de incapaz em 26 de junho, ao tentar esconder o bebê de quatro meses que seria fruto do relacionamento de Eliza com Bruno, mas foi solta por ordem judicial.
Delega critica divulgação das prisões no site do Ministério PúblicoEdson Moreira, delegado de Minas Gerais que coordena as investigações sobre o caso, considerou "conveniente" um adolescente assumir participação no crime, já que menores podem receber no máximo três ano de medida sócio-educativa.
- É claro que esse menor teve uma participação, mas não daquele jeito que foi falado. O que me causa estranheza é que, justamente quando eu faço contato com os advogados e intimo o Bruno a comparecer, junto com o Macarrão, para prestar declarações, esse menor aparece - disse.
Em entrevista coletiva, ele criticou a divulgação do pedido de prisão dos envolvidos feito pelo Ministério Público, nesta terça-feira. Disse que tem 30 anos de polícia e que nunca viu caso semelhante:
- Não entendo porque que foi publicado num site o pedido do Ministério Público do Rio. Nunca vi isso. É a primeira vez. É comum no Rio? - indagou aos jornalistas.
Ele explicou que a prisão dos envolvidos visa também a preservar as provas do crime. O delegado não quis comentar detalhes da investigação, pois ainda há interrogatórios previstos.
- Os investigadores têm total domínio sobre o que aconteceu e como. Quem contar uma versão tem que ser coerente com a investigação - declarou.
Eliza está desaparecida desde o início do mês de junho, quando teria sido levada para o sítio de Bruno, em Minas Gerais. Ela afirmara que Bruno era pai de seu filho, um bebê batizado com o nome do jogador.
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