Do total de 163 ocorrências em 2010 nessa região, 79 são farmácias, o que equivale a 48,4% dos crimes contra o patrimônio. Os dados foram levantados por A TARDE juntos às delegacias, já que o Centro de Estatística e Documentação Policial (Cedep) não tem em suas estatísticas o recorte dos roubos conforme o tipo de estabelecimento comercial, nem por bairro.
A região da Pituba chama a atenção. Na região da 16ª Delegacia (Pituba) – que abrange Amaralina, Itaigara, Iguatemi, Pituba e Caminho das Árvores, – entre janeiro e julho, foram registrados 123 roubos a empreendimentos comerciais, número que supera em 7% os 114 contabilizados em todo o ano passado. Do total de 2010, 54 são farmácias, o que equivale a 44% das ocorrências policiais.
Os índices de assalto a farmácias são ainda mais expressivos na 14ª CP (Delegacia da Barra), que abrange os bairros da Graça, Barra, Ondina e Canela. De janeiro até o último dia sete, foram registrados 40 roubos a estabelecimentos, sendo 25 farmácias, o que representa 62,5% do total. Em seguida, vêm ocorrências registradas na rubrica “outros”, postos de gasolina (02), e restaurantes, loterias e delicatessens, com um registro cada.
A maioria das farmácias roubadas (15) está localizada na Barra. O delegado titular da 14ª, Nilton Tormes, avalia que as farmácias são alvos visados porque apresentam expressiva circulação de dinheiro em espécie, produtos caros e apresentam falhas de segurança, como a ausência de circuitos internos de vídeos e vigilantes armados. “As farmácias Santana e Pague Menos têm sido roubadas por toda a cidade“, afirmou.
Mesmo sem ter os números em mãos, a delegada titular da 9ª CP (Boca do Rio), Dalva Cardoso, assegura que farmácias e mercados são os empreendimentos mais visados pelos bandidos que atuam na sua circunscrição.
Faltam dados - Segundo a delegada, eles atuam durante o dia, sem horário preferencial, com revólveres ou com a mão embaixo da camisa dando impressão de estarem armados. “Eles esperam o movimento estar menor”, observa. O foco não são os clientes, mas sim o caixa e produtos da farmácia.
Não há informações sobre o número de farmácias roubadas, muito menos o impacto econômico do crime no setor. O Cedep e o Sindicato dos Proprietários de Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado da Bahia (Sincofarba) não têm dados.
O presidente do sindicato, Luiz Trindade, explica que apenas 300 farmácias são filiadas. A maior parte é de empresas particulares situadas fora da zona nobre da cidade. “Ladrão só vai onde tem dinheiro”, ironiza Trindade, ao explicar que nenhuma rede de farmácias é associada ao sindicato, razão pela qual a entidade não sabe dos delitos. “Isso enfraquece o movimento”, lamenta Trindade.atarde
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