A partida – O treinador do Vitória fez o que A TARDE havia revelado em sua edição impressa: pôs Schwenck e Júnior como titulares do ataque, fortalecendo o jogo aéreo contra a defesa santista.
O início da partida foi marcado pela superioridade do Leão. Ciente de que o gramado do Barradão não permitiria jogar pelo meio durante a chuva, a equipe rubro-negra se concentrou nos lances pelas laterais. Assim, o Leão mostrou qual o caminho para surpreender a defesa alvinegra, já que tinha dois centroavantes bons no jogo aéreo.
Enquanto isso, Ramon tentava atuar nas costas de Arouca, principal volante do Santos, e Schwenck apoiava as subidas de Nino Paraíba, caindo atrás de Alex Sandro, fraco na marcação. Ainda aos 17 minutos, porém, o Vitória sofreu duro golpe: Nino voltou a sentir contusão e teve de deixar o campo.
A principal arma do Leão, porém, não vinha dando certo: o time até criava espaços pelas pontas, mas os cruzamentos — quase sempre à meia-altura — decepcionavam. Os trunfos das duas equipes eram as falhas das defesas adversárias: Schwenck perdeu gol na cara de Rafael aos 28 do primeiro tempo, após trapalhada de Alex Sandro; no minuto seguinte, Robinho só não aproveitou bola que passou pelos rubro-negros porque seu chute bateu na defesa.
Aos 31, o grito de gol saiu, mas foi frustrado segundos depois. No único bom cruzamento do Vitória na primeira etapa, Schwenck cabeceou para o gol, mas, ao encarar a torcida rubro-negra, viu o bandeirinha assinalando impedimento.
Curiosamente, o Vitória sofreu o primeiro gol justamente do jeito que pretendia marcar: pelo alto. Depois de cobrança de falta, Neymar mandou colocado na cabeça de Edu Dracena, que se valeu da falha de Anderson Martins para subir sozinho e marcar.
Os dois times voltaram equilibrados para o segundo tempo. O Vitória, como esperado, partiu para o chamado "abafa". Deu certo: aos 12, Ramon recebeu cruzamento na área e, sem se afobar, tocou de cabeça para Wallace. O zagueiro dominou bonito e chutou. Após desviar na zaga, a bola tomou o destino das redes.
Precisando da virada, o Vitória tentou pressionar e deu espaços. O jogo, então, ganhou em animação. Viáfara fez talvez a mais bonita defesa do ano em chute de Ganso, que até aplaudiu o colombiano. Depois, Renato, de cabeça, colocou bola no travessão de Rafael.
Na estratégia de jogar mais com o coração do que com a técnica, o Leão obteve o segundo gol: Neto Coruja encontrou Júnior em ótima condição dentro da área. O veterano atacante esperou a saída de Rafael e tocou por cima. O sonho se reconstruía.
Estava iniciada, portanto, a pressão. Durante mais de dez minutos, os intitulados "guerreiros" da torcida do Vitória pressionaram o gol de Rafael. Apesar de toda a luta, não deu.
Vitória 2x1 Santos
Segunda partida da decisão da Copa do Brasil 2010
Local: Barradão, Salvador
Horário: 21h50
Vitória: Viáfara; Nino Paraíba (Gabriel), Wallace, Anderson Martins e Egídio; Neto Coruja, Bida (Adaílton), Ramon (Renato) e Elkeson; Júnior e Schwenck. Técnico: Ricardo Silva
Santos: Rafael, Pará, Edu Dracena, Durval e Alex Sandro; Arouca, Wesley e Paulo Henrique Ganso; Robinho (Rodriguinho), Neymar (Marcel) e André (Marquinhos). Técnico: Dorival Júnior.
Gols: Edu Dracena, aos 44 do primeiro tempo; Wallace, aos 12 do segundo tempo, e Júnior, aos 32 do segundo tempo
Cartões amarelos: Anderson, Wallace, Elkeson (Vitória); Edu Dracena, Robinho, Rafael (Santos)
Público: 34.111 pagantes
Renda: R$ 1.522.000
Árbitro: Carlos Eugênio Simon (RS)
Assistentes: Altemir Hausmann (RS) e Erich Bandeira (PE)
atardeonline
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