Ingressar na carreira pública, ter estabilidade no emprego e um bom salário é o principal fator que leva cerca de 10 milhões de brasileiros a disputarem anualmente uma vaga no funcionalismo, segundo a Anpac (Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos). Dados do Ministério do Trabalho e do IBGE em 2009 mostram que, no Brasil, o emprego público representa cerca de 21% do total de pessoas ocupadas no mercado de trabalho, sendo 33,1% na região Nordeste.
Salário inicial de R$ 12.413, plano de saúde vitalício em qualquer lugar do mundo, possibilidade de trabalhar em outros países e capacidade de influenciar em decisões referentes às relações do Brasil com outras nações. Com tantos pontos atraentes, é fácil perceber porque o concurso de admissão à carreira de diplomata é tão difícil e concorrido. Em 2008, foram 8.228 candidatos para 115 vagas, ou 71,55 para uma.
A carreira de Policia Federal é outra com grande número de disputa. O último edital contou com 114.738 concorrentes. Foram no mínimo 316 pessoas por vaga. Essa quantidade era relevante pois a instituição oferecia salário inicial de R$ 5.000 e exigia apenas nível médio. “Agora o candidato precisa ter formação superior e carteira de habilitação, então a procura tende a cair” diz Maria Thereza Sombra, diretora da Anpac.
Entre as mais acirradas do Brasil, a disputa para auditor fiscal da Receita Federal em 2009 contou com 77.894 candidatos para as 450 vagas disponíveis. Desse total, a disputa foi de 173,09 concurseiros por oportunidade disponível.
Sonho - Como a maioria dos jovens em sua época, Ivan Cláudio Silva correu atrás do sonho de ser funcionário público. Ainda em 1985, recém saído do colégio, ele prestou o concurso para o INSS, antigo INPS. Ele esteve entre os 100 primeiros colocados. Na época não se falava muito em curso preparatório, por isso, teve que estudar em casa, com base nos conteúdos da escola. “Organizava o que estudar e contava com a minha memória que sempre foi muito boa. Além de muita leitura”, diz.
O ensino nas escolas e universidades mudou. Atualmente, muitos alunos saem com deficiências e recorrem a cursos preparatórios. “Muitos só procuram cursinhos na época da prova, o que tende a dificultar o aprendizado” comenta Maria Thereza, da Anpac. Para o professor Alan Vinícius Dantas , “é importante estar apto antes do concurso ter o edital publicado. Isso pode fazer a diferença entre os candidatos”.
Quem pretende realmente se preparar para os concursos e aumentar as chances de aprovação, sabe que o tempo de estudo é decisivo. Especialistas afirmam que para passar em uma dessas provas o prazo vai de 1,5 a 3 anos. “O ideal é começar a se preparar muito antes de sair o edital”, revela Alan Vinícius. Então corra, pois estão previstas para 2011 oportunidades no IBGE, Petrobras, INSS, Polícia Federal, Receita Federal, TRE, Correios, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil.
São projetadas mais de 20 mil novas vagas para candidatos com nível superior, e outros tantos mil para os com nível médio. Isso porque, foi sancionada a Lei nº 12.295/2010, que permite aumentar o número de funcionários no Poder Executivo em mais de seis mil vagas. Fica também aumentado o orçamento para custeio do funcionalismo, previsto nesta lei. Há ainda outros órgãos públicos que disponibilizarão novos cargos para 2011. Então é estudar intensivamente e se preparar para a carreira pública.
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