Protesto contra PMs provoca tumulto na Vasco da Gama

ma manifestação de moradores da localidade do Manguinho, no Engenho Velho de Brotas, interrompeu o trânsito na Avenida Vasco da Gama por mais de duas horas, na noite de terça-feira, 14. Com barricadas em chamas, eles reclamavam da morte de um jovem e do desaparecimento de outro em meio a uma suposta ação de policiais militares do Rondas Especiais (Rondesp), por volta de 23h30 da última sexta.

Cerca de 80 pessoas se aglomeravam em frente a um centro comercial enquanto outro grupo ateava fogo a um contêiner de lixo, pneus, garrafas, móveis e até uma geladeira velha. Alguns manifestantes empunhavam cartazes com as fotos de Ricardo José Matos Barbosa, 24, e Gabriel Souza Lima, 20, que teriam sido levados pelos PMs, após tirados de um táxi.

“Ricardo tinha passagem na polícia por assalto, mas o papel da polícia é prender. A justiça brasileira é só para os ricos”, reclamou o funcionário público Renato Matos, irmão de Ricardo. Segundo ele, a família já percorreu hospitais de Salvador e até o Instituto Médico-Legal Nina Rodrigues, mas não descobriram o paradeiro de Ricardo.

Os manifestantes confirmaram que o corpo de Gabriel foi encontrado em um matagal no Centro Industrial de Aratu, na manhã do último sábado. “Fizeram todo o tipo de maldade com ele, arrancaram até os olhos. Essa é a polícia comunitária que querem?”, questionou Renato.

Fogo na pista - Os manifestantes tentaram estender o bloqueio para a via exclusiva de ônibus, mas uma equipe do Corpo de Bombeiros debelou as chamas que consumiam um sofá e placas de publicidade. Alguns motoristas que tentavam passar pelos manifestantes foram hostilizados. Um homem que derramou álcool no fogo foi contido pelos PMs.

Coube a policiais militares da 41ª Companhia Independente (Federação) dispersar o protesto. “Mas vamos fazer isso todos os dias até darem solução para a violência que a PM faz”, desabafou uma moradora.

Familiares de Gabriel não participaram da manifestação, de acordo com Renato Matos. O corpo de Gabriel foi sepultado no cemitério Campo Santo no último domingo. O capitão Marcelo Pitta, coordenador do setor de comunicação da PM, disse que não há registro oficial de ação de policiais militares na Avenida Vasco da Gama efetuada no dia e horário alegados pelos populares. “Mesmo assim, a corporação vai apurar se houve a participação de policiais nessa situação”, ponderou.

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