Porto Príncipe - O cólera, que já causou 250 mortes no Haiti, chegou a Porto Príncipe, e as autoridades buscam conter sua propagação, facilitada pelas precárias condições em que o país se encontra após o terremoto de janeiro. Um laboratório do ministério da Saúde do Haiti confirmou na noite de sábado a detecção de casos no departamento Ouest, que inclui Porto Príncipe, informou a Organização Pan-Americana de Saúde (OPS). Não foi revelado o número de doentes nessa região.
Segundo um diretor-geral de saúde, Dieula Louissaint, 12 pessoas morreram no sábado no departamento de Artibonite (norte), aumentando assim para 206 as mortes nessa região. Além disso, 14 doentes morreram no centro do país. Mais de 50 presos de uma cadeia do centro do país contraíram a doença e três deles morreram.
Louissaint teme agora que os próprios hospitais se tornem fonte de contágio. “Não podemos seguir tratando o cólera com uma estrutura para outros tipos de doenças. Precisamos de centros adequados”, disse. Os hospitais e centros de saúde da cidade de Saint Marc (norte) ficaram lotados com a entrada de cerca de três mil doentes. A organização Médicos Sem Fronteiras prometeu instalar um hospital de campanha em Saint Marc.
A situação foi descrita como um “cenário de catástrofe” por Mirlande Manigat, candidata favorita a vencer as eleições de 28 de novembro. “A população não deve entrar em pânico, mas tem que respeitar mais do que nunca as medidas de higiene”, disse Mirlande.
Novo terremoto
Um estudo americano advertiu que uma falha do Haiti pode provocar outro violento terremoto. O tremor que sacudiu o Haiti no dia 12 de janeiro foi devastador, deixou 250 mil mortos e 1,5 milhão de desabrigados, mas não liberou todas as tensões acumuladas através dos anos em uma conhecida falha sísmica, que ainda representa um grande perigo para a região.
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