Corpo desaparece de jazigo em cemitério

Família de professora percebeu violação de jazigo perpétuo onde avó tinha sido enterrada em 2009
Família de professora percebeu violação de jazigo perpétuo onde avó tinha sido enterrada em 2009

O cabo da Marinha Arlindo Pereira Júnior, 27 anos, tem o hábito de levar flores para o túmulo da avó, Angélica Maria Costa, que morreu com 91 anos e foi enterrada no Cemitério Parque Bosque da Paz, no bairro de Nova Brasília. Neste domingo, durante o velório da mãe dele, a professora Angélica Joventina Costa, 61, que faleceu no sábado, vítima de câncer no ovário, Arlindo e sua família descobriram que o corpo da avó não estava mais no jazigo perpétuo onde foi enterrado, em 2009.

O espaço foi comprado pelos parentes há dois anos, por R$ 5,6 mil. Os coveiros ainda reviraram outras duas sepulturas vizinhas, mas não localizou o caixão de Angélica Maria Costa. “Não sei onde enterrar a minha mãe e não sei onde o corpo de minha avó foi parar”, indignou-se o estudante de engenharia civil Rodrigo Costa Santos, 26.

Quem primeiro percebeu que o corpo da avó não estava na sepultura foi Lueica Fernanda Morais, 26, que é sobrinha da professora Angélica. “Eles ainda abriram uma cova vizinha, mas o caixão era branco e o que minha avó foi enterrada era marrom”, relembra. Os parentes não se conformam com a maneira pela qual dizem que foram tratados pela gerente-administrativa do Cemitério Bosque da Paz, que se identificou somente como Vera.

Os parentes da professora ameaçaram também impedir os outros sepultamentos caso o problema deles não fosse resolvido. Policiais militares foram acionados e dialogaram com os familiares de Angélica, que desistiram da ideia. Por volta das 14h, o diretor do Bosque da Paz, Antônio Marcos Lobato, o advogado Sílvio Ismerim e outros membros da administração do cemitério se reuniram com Rodrigo Costa e Felipe Venâncio, que é advogado e amigo da família de Angélica.

Atraso - A reunião só acabou às 15h30 e os parentes aceitaram enterrar Angélica em uma sepultura que não é da família, com o cemitério se comprometendo a descobrir o paradeiro do corpo, mas não deram prazo para a solução deste mistério. O cemitério devolveu R$ 660 à família e os outros custos foram pagos por um seguro-funeral feito por Angélica em vida.

“Este problema nunca ocorreu neste cemitério. É inédito. Vamos investigar o que ocorreu. Às vezes, um funcionário vai limpar as covas e pode trocar as lápides”, disse Sílvio Ismerim, advogado do Bosque da Paz. Nem a administração do cemitério nem a gerente Vera aceitaram falar com a imprensa.

O corpo de Angélica só foi sepultado às 16h, quase seis horas depois do previsto.atarde.com.br

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