Operação de resgate de mineiros no Chile chega ao fim

"Estou de volta à vida", disse Gómez, 63 anos, o mais velho dos 33 mineiros

Foram 70 dias de muita escassez, incertezas, mas também de muita fé, união e esperança. O mundo acompanhou na noite desta quarta-feira (13) o final feliz e emocionante para o drama dos 33 mineiros que ficaram mais de dois meses presos em uma mina no norte do Chile.

O último trabalhador a ser resgatado foi Luis Urzúa, 55 anos, um dos líderes do grupo, que chegou à superfície às 23 horas no horário do Chile (o mesmo do de Brasília).

Conhecido como Don Lucho pelos mineiros, ele tem 54 anos e era o chefe do turno no momento do acidente. Ele é topógrafo e estava fazendo mapas da área da mina onde eles ficaram presos.

Os trabalhos, que seguem para a retirada dos seis socorristas que desceram à mina para auxiliar nas operações, foi perfeito e superou até mesmo a expectativa das autoridades chilenas, que até a terça-feira chegaram a anunciar que a operação poderia durar até 48 horas.

O processo foi agilizado porque não houve as complicações previstas com a fibra ótica que faz a comunicação com o interior da mina e porque o tempo de cada ciclo de resgate durou cerca de 40 minutos e não 1 hora, como havia sido previsto anteriormente.

O presidente do Chile, Sebastián Piñera, disse que a operação demonstra “o compromisso de um povo inteiro”, já que “a maioria dos chilenos manteve vivo o sonho” de que a operação fosse bem-sucedida.

Pouco depois do 14º resgate, Piñera recebeu um telefonema do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, a quem disse ter vivido "uma noite mágica". Em seguida, ligaram Cristina Kirchner, da Argentina, Hugo Chávez, da Venezuela, e David Cameron, primeiro-ministro da Grã-Bretanha.

Saúde - Segundo o ministro da Saúde chileno, Jaime Mañalich, todos os trabalhadores resgatados estão se recuperando bem. Eles estão sendo levados de helicóptero ao hospital de Copiapó, onde devem ser monitorados por 48 horas.

Florencio Ávalos foi o primeiro a chegar à superfície à 0h10 local (mesmo horário de Brasília), após ser içado de 624 metros de profundidade em uma cápsula.

"Estou de volta à vida", disse Mario Gómez, de 63 anos, o mais velho dos 33 homens presos há dois meses em uma mina no norte do país.

Gómez sofre de hipertensão e silicose, doença respiratória comum entre mineiros, e foi retirado usando uma máscara de oxigênio. Com informações da BBC Brasil

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