Rio - O disfarce era perfeito: uniforme, crachá e carro com adesivos de empresa de telefonia fixa. Era com a desculpa de fazer reparos nas linhas que dois assaltantes conquistavam a confiança de moradores e roubavam casas em diversos bairros do Rio. Eles foram presos terça-feira na Favela da Cachoeirinha, no Lins, após um mês de investigação da 9ª DP (Catete). Para a polícia, os primos Aldir Lopes Santana, de 39 anos, e Fabiano da Silva Lopes, 32, são considerados os maiores ladrões nessa modalidade.
Os funcionários com joias e aparelhos roubados das vítimas | Foto: Vania Cunha / Agência O Dia
“Várias delegacias estavam atrás deles. Praticaram mais de 20 roubos. Eles escolhiam as vítimas através d einformações recebidas de um comparsa, que ainda estamos procurando, ou até mesmo pela fachada da casa”, disse o delegado Alan Luxardo.
As investigações apontam que os acusados subiam em postes e, usando um aparelho que identifica as linhas telefônicas, cortavam o sinal. Depois, iam nas casas para fazer o ‘conserto’ e davam o bote. Segundo o delegado, Aldir trabalhou em empresa especilizada nesse tipo de serviço, por isso sabia como agir. Segundo a polícoa, ele já havia sido preso por roubo, receptação e porte ilegal, e estava em liberdade condicional. "Eles também tinham ligação com o tráfico da Cachoeirinha, onde moravam", ressaltou Alan Luxardo.
Com a dupla, foram apreendidas joias, celulares, laptops, pistola, aparelho identificador de linhas e camisas da empresa de telefonia. O delegado disse que vai investigar, além de dois possíveis comparsas foragidos, se os primos recebiam ajuda de funcionários de empresas de telefonia e de TV a cabo.
“Eles praticaram roubos em bairros das zonas Sul, Norte e Oeste. Só aqui, quatro vítimas os reconheceram. Eles faziam terror psicológico, chegarma a jogar álcool em uma criança e ameaçaram atear fogo”, contou o chefe da investigação, Gerson Muguet.
As vítimas descreveram a truculência da dupla. “No início, forma pacientes. Levaram 40 minutos para conquistar minha confiança e me render. Depois, mostraram sua agressividade. Levei coronhadas na cabeça, que sangrou muito. Puxaram minha mulher pelo braço e engatilharam as armas, dizendo que iam me matar”, contou uma vítima, atacada na Barra, que se mudou. "Minha filha está traumatizada".
Na operação para prender os primos, bandidos do Morro do Amor, vizinho da Cachoeirinha, receberam a polícia a tiros. Um adolescente de 16 anos foi baleado e está internado no Hospital Salgado Filho, no Méier.
A polícia dá dicas para moradores não caírem na farsa de criminosos:
* Entrar em contato com a companhia e agendar data e horário para reparos e atendimento;
* Se não requisitou nenhum serviço, não permita a entrada de pessoas que se dizem funcionários da empresa;
* Pedir a identificação da pessoa e ligar para a empresa para confirmar se ela trabalha mesmo lá;
* Ao solicitar um serviço em casa, pedir o máximo de informações de como será atendido e por quem, o tipo de uniforme, identificação e material de trabalho que o funcionário usará.FONTEODIA
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