Aliança do crime contra UPP Bandidos das duas principais facções do tráfico teriam feito acordo


Guilherme Pinto

Os recentes ataques no Rio estariam ligados à união de duas facções criminosas, decididas a defender suas comunidades mais valiosas do avanço das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). O acordo já teria se concretizado em pelo menos duas comunidades: Rocinha, na Zona Sul, e São Carlos, no Estácio. Marcelinho Niterói — homem de confiança de Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar — teria costurado a aliança com Antonio Bonfim Lopes, o Nem, chefe do tráfico na Rocinha, e Anderson Rosa Mendonça, o Coelho, que domina o tráfico no morro de São Carlos.

A aliança seria a forma de uma das facções — que perdeu território com a implantação das UPPs — ganhar território na Zona Sul e fortalecer o poderio bélico.

Entreposto

Além disso, a Rocinha poderia voltar a ser entreposto de drogas da facção de Beira-Mar, como na época em que a favela era comandada por Denir Leandro da Silva, o Dênis da Rocinha. Atualmente, o entreposto de drogas da facção é a Mangueira, próxima comunidade a receber uma UPP.

O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, admitiu que já há informações sobre a aliança criminosa para desestabilizar o projeto das UPPs.

— O serviço de análise da Subsecretaria de Inteligência detectou que pode estar havendo este tipo de união de duas facções: Comando Vermelho e Ada (Amigos dos Amigos) — ressaltou ele.

Beltrame disse ainda que há indícios de que teria partido de Márcio Nepomuceno dos Santos, o Marcinho VP — preso Penitenciária de Segurança Máxima de Catanduvas (PR) — a ordem para aterrorizar a cidade.

— Nós dobramos a aposta. Se eles vêm com uma força de lá, nós iremos com força dobrada. Quem atrapalhar o planejamento será atropelado. O programa das UPPs irá até o fim — garantiu Beltrame.

Em reação aos ataques criminosos, a PM colocou todo seu efetivo na rua e realizou incursões em 18 favelas.

O governador Sérgio Cabral conversou ontem com o presidente Lula e com ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto. No telefonema, foram decididas a transferência de seis criminosos para presídios federais e a ajuda da Polícia Rodoviária Federal (PRF).extra.globo.com

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