Corpo escultural, a cantora Beyoncé corre pelos becos do Santa Marta com agilidade. Cruza com a Helena, da novela “Viver a vida”, a quem manda um “Hello, baby”. No céu, do alto do helicóptero do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da PM, o capitão Nascimento vê tudo e fala pelo rádio com o ator Vin Diesel, de “Velozes e furiosos”, que acena para Hugh Jackman, o incansável Wolverine, de “X-men”. É nesse momento que a popstar Madonna aparece, dizendo “It´s great to be here!” (É muito bom estar aqui!). Para terminar, Luciano Huck chega ao local dirigindo o táxi do “Caldeirão” e anuncia: essa favela é “loucura, loucura, loucura”.
A edição das cenas é fictícia, mas o pano de fundo é real. Transformada desde a pacificação, há dois anos, num set de filmagem a céu aberto — já foram quase 20 filmes, novelas, videoclipes, comerciais e até um reality show —, a maior favela de Botafogo vê a cada capítulo uma nova leva de artistas, cinegrafistas e produtores desfilarem pelas vielas como se moradores fossem.
As equipes das novelas e programas de TV brasileiros fazem contato direto com a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) ou a Associação de Moradores.
Quando a produção é gringa, a Rio Film Commission (Comissão de Filmes do Rio, em tradução livre), órgão que divulga a cidade e o estado do Rio entre estúdios de cinema no exterior, é quem faz o meio de campo com a UPP. Segundo Tatiana Leite, coordenadora da Rio Film Comission, o Santa Marta já é tão disputado pelas produções estrangeiras quanto o Cristo Redentor, eleito recentemente uma das sete maravilhas do mundo moderno.
— A capitã Pricilla (de Azevedo, comandante da UPP do Santa Marta) recebe todos muito bem. Vem uma, vem outra e isso acaba gerando um boca a boca entre produtores no exterior — explica Tatiana.www.extra.globo.com
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