É verdade vejas as aparecências do policial com Tim Lopes: coincidência de arrepiar

Sargento Arthur Bezerra leva Zeu pelas escadarias do Coqueiral / Foto de Fernando Torres

Eliseu Felício de Souza, o Zeu, gerente do tráfico, foi preso e conduzido, nas vielas do Morro do Alemão, pelo sargento Arthur Bezerra da Silva, do 17º BPM (Ilha do Governador), que não conseguia parar de mostrar os dentes. Sorriso sincero de um rosto cheio, composto pelo cabelo curto e grisalho. Como os de Tim Lopes, jornalista que Zeu ajudou a matar, em 2 de junho de 2002. Ontem, uma coincidência fez o bandido cruzar com um rosto parecido com o de sua vítima. A exemplo de Tim, que se esquivava de câmeras e preferia nunca mostrar o rosto em suas reportagens, Arthur demorou a aceitar posar para fotos.

— Me senti honrado em participar da ação que prendeu o Zeu e feliz por ser tão parecido com o jornalista. Estou com a cabeça branca, branca. O Tim não era tão grisalho assim — disse, emocionado, o PM, de 46 anos.

Jornalista Tim Lopes e Sargento Arthur: semelhanças e coincidências / Foto: Arquivo / ExtraO traficante foi preso, durante uma ronda do 17º BPM pelas escadarias do Coqueiral, em uma área próxima à localidade do Areal. Um policial da unidade bateu na porta da casa e foi atendido por uma mulher, que se identificou como a dona da moradia. Ele perguntou se a moradora estava sozinha, mas ela, aparentemente, nervosa, disse: “Estou com a minha cunhada”. E chorou. O PM desconfiou, entrou na sala com o fuzil em posição de combate e encontrou Zeu, que suplicou pela vida: “Não me mata, não me mata.” Ficou vivo para pagar pelo que fez e, segundos antes de ser colocado no carro da Polícia Militar, o criminoso, conhecido por “esculachar” a população, percebeu o verdadeiro sentimento dos oprimidos. Aos gritos, moradores desafiaram: “Zeu, cadê o machão?” Atrás das grades.

Longe dos cariocas

A Secretaria estadual de Segurança (Seseg) vai solicitar à Vara de Execuções Penais do Tribunal de Justiça a transferência de Eliseu para um presídio federal de segurança máxima do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), no Paraná, Mato Grosso do Sul ou Rio Grande do Norte. Além de ter sido condenado pela morte de Tim, Zeu foi indiciado pela 25ª DP (Engenho Novo) por ter participado do abate do helicóptero Fênix 3, da PM, que resultou na morte de três policiais militares do Grupamento Aero-Marítimo.

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