RIO - Agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) vasculham a Vila Cruzeiro nesta sexta-feira em busca de armas, drogas e traficantes. Nas ruas internas, pelo menos 60 motos estão abandonadas, a maioria destruída pelo fogo. Na localidade conhecida como Vacaria, há um corpo abandonado, morto por tiros.
O comandante do Bope, Paulo Henrique Moraes, afirmou, em entrevista ao "Bom Dia Brasil", da TV Globo, que cem agentes passaram a noite na comunidade da Penha, na Zona Norte da cidade, ocupada em operação na quinta-feira. Já foram apreendidas armas e drogas, mas ele ainda não tem um balanço da quantidade. Outra tropa de homens do Bope já estão rendendo o grupo que ficou na comunidade durante a madrugada.
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Enquanto os blindados dos fuzileiros navais estão a caminho da Vila Cruzeiro, policiais civis, de várias especializadas, seguem concentrados próximo ao Parque Xangai, na entrada da favela. As equipes estão revistando motoristas e passageiros de Kombis para verificar se nenhum traficante está tentando fugir disfarçado.
Também nesta manhã, cerca de 200 policiais federais fazem o patrulhamento no entorno do Complexo do Alemão para evitar a fuga dos bandidos que se abrigaram na região após a tomada da Vila Cruzeiro.
Ainda nesta sexta-feira, o governador Sérgio Cabral vai se reunir, no início da tarde desta sexta-feira, com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e com o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, para discutir a estratégia de combate ao tráfico. O encontro acontecerá no Palácio Guanabara.
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Na noite de quinta-feira, o Ministério da Defesa informou em nota que o ministro Nelson Jobim assinou a Diretriz Ministerial nº 14, que determina às Forças Armadas o reforço do apoio ao governo do Rio de Janeiro nas operações de combate à onda de criminalidade que afeta a cidade. "A Operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) foi solicitada pelo Governador do Rio de Janeiro e autorizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Serão enviados 800 homens do Exército para garantir a proteção dos perímetros das áreas que forem ocupadas pelas polícias", diz a nota.
Além dos 800 militares, serão enviados dois helicópteros da Força Aérea e dez blindados de transporte, com origem a ser definida em coordenação entre as próprias Forças, inclusive a Marinha, que já disponibilizou blindados para as operações. Equipamentos de comunicação entre aeronaves e tropas em solo, bem como óculos para visão noturna, também ficarão à disposição da polícia.
A onda de ataques que atinge o Rio de Janeiro fez o subsecretário de segurança do Rio, Edval Novaes, afirmar, na noite desta quinta-feira, que a falta de contingente prejudica a instalação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na Vila Cruzeiro, Complexo da Penha:
- UPPs na Vila Cruzeiro e no Alemão precisariam de cerca de 2.200 policiais militares. Mas isso está dentro do nosso planejamento e vai acontecer. Por isso, no momento, a ocupação será permanente, mas isso não significa uma UPP a curto prazo. Há previsão de implantarmos 40 UPPs na favelas do Rio - declarou. Informações O GLOBO
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