Delegada explica dificuldades para investigar crimes em redes sociais
A oficial da PM X. nunca teve perfil em redes sociais. Mas isso não impediu que uma pessoa, que se mantém no anonimato através de um perfil falso no Twitter, começasse, há alguns meses, a ofendê-la com palavras de baixo calão e acusá-la de ser X-9 (alcaguete) de diversos colegas da PM e outras autoridades. Ela decidiu pedir ajuda à Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) da Polícia Civil quando o criminoso começou a publicar no Twitter o nome e o endereço da oficial.
— Pela condição de policial, as mensagens colocaram em risco a vida da vítima e de seus familiares. O problema é que a identificação do autor dessas mensagens é muito difícil, pelo fato de o Twitter não possuir sede ou representante legal no Brasil — explicou a delegada Helen Sardenberg, titular da DRCI.
O problema se repete no Facebook, que também não se estabeleceu no país. Para que a polícia identifique o autor de crimes cometidos em redes sociais, é necessário, entre outras informações, que os administradores forneçam o IP do computador do criminoso:
— As investigações no Facebook e Twitter ficam emperradas. Até agora, nenhum caso foi solucionado — diz Helen.
Os pedidos de informação têm sido feitos através dos canais que os sites disponibilizam, mas não houve resposta:
— Caso isso persista, vou indiciar os responsáveis destas duas redes sociais pelo crime de favorecimento pessoal, já que, ao se recusarem a prestar informações à polícia, eles estão protegendo criminosos.
Em nota, o Facebook informou que trabalha “duro para ser um bom parceiro para a aplicação da lei. (...) Quem achar o conteúdo ofensivo em todo o site pode utilizar nossas ferramentas para denunciá-lo para que possamos investigar e tomar medidas”. O Twitter não respondeu ao EXTRA.
Atriz teve senhas roubadas
A atriz Mariana Rios, que interpreta a personagem Nancy na novela “Araguaia”, também foi vítima de crimes na rede recentemente. Ela teve as senhas de seus dois e-mails (Gmail e Yahoo) e do Twitter — com 140 mil seguidores — roubadas, ficando impossibilitada de acessá-los. O criminoso também interceptou as senhas do e-mail e do MSN da mãe da atriz, além do e-mail do pai. Através de um terceiro e-mail, o “ladrão de senhas” disse que devolveria as contas roubadas se Mariana adicionasse um MSN e abrisse a webcam na presença de seu namorado, Di Ferrero, vocalista da banda NX Zero.
— Quando a pessoa descobriu o telefone e o endereço da minha casa, decidi denunciar o caso à polícia. A internet deve ser usada para o bem, e não para invadir a privacidade das pessoas. Sempre gostei do contato e do carinho dos meus fãs. Ficar sem o Twitter foi difícil.
A delegada Helen Sardenberg disse que já oficiou a Yahoo, a Google (proprietária do Gmail) e a Microsoft (dona do MSN), já que as empresas têm sede no Brasil:
— Nestes casos, a investigação está avançando. Só com o Twitter que ainda não saímos do zero.www.extra.globo.com
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