Petrobras prevê concurso para o ano que vem e 6 mil vagas até 2013

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A Petrobras abrirá concurso público no ano que vem, afirma o gerente de gestão de efetivo, Lairton Correa. De acordo com ele, a previsão é de que aproximadamente 6 mil novos empregados sejam contratados até 2013 por meio de concursos. A empresa tem atualmente cerca de 58 mil funcionários – em 2013 projeta chegar a 64 mil.

Os cargos na estatal são de nível médio e superior (veja a lista completa ao fim da reportagem). Os salários variam de R$ 1.647,19 a R$ 5.685,07. Além do salário-base, a empresa oferece participação nos lucros, previdência complementar, benefícios educacionais para filhos de empregados (da creche ao ensino médio) e plano de saúde (médico, odontológico, psicoterápico e benefício farmácia).
“O RH [departamento de recursos humanos] trabalha estreitamente com o planejamento estratégico da Petrobras, vê o efetivo existente e o efetivo necessário. À medida que a necessidade de cada área vai sendo atendida, novos processos seletivos são abertos”, explica Correa.Sobre o concurso de 2011, o gerente não informou em qual mês deve ser lançado o edital e nem o número de vagas. “Neste momento o RH está consolidando as necessidades de cada área, cargo a cargo, localidade por localidade, levando em conta cada unidade da Petrobras. Aí faz novo processo seletivo, move empregados experientes para as atividades novas, e supre [as vagas que ficaram abertas] com o pessoal que está chegando”.
De acordo com Correa, as novas contratações têm a ver com as novas descobertas do pré-sal, reposição de pessoas que saem da empresa e abertura de novas unidades, principalmente refinarias.Os cargos com maior demanda de vagas atualmente são engenheiros (equipamentos, petróleo, processamento e naval), geólogos, geofísicos (todos de nível superior), técnicos de manutenção e de operação (que exigem formações técnicas). “O principal foco é na linha de engenharia e de técnico de nível médio”, diz.
Pesquisa sobre a vida do candidato
Questionado sobre a prática da Petrobras de fazer o levantamento sociofuncional dos aprovados nos concursos, Correa disse que “o objetivo é ter um quadro de empregados mais idôneo possível dentro da companhia" e que “a intenção não é eliminar candidatos”.
Em setembro passado, jornais divulgaram que um inquérito da Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo concluiu que policiais civis da Divisão de Capturas, do Departamento de Identificação e Registros Diversos (Dird), teriam quebrado ilegalmente o sigilo funcional de diversas pessoas, que tiveram os dados vasculhados no período de dez anos, de 2000 a 2009, a pedido da Petrobras. Essas pessoas seriam candidatas a vaga na estatal ou em empresas terceirizadas contratadas por ela. Em nota, a estatal negou ter solicitado a quebra de sigilo.
O gerente afirma que a avaliação sociofuncional está explicitada no edital dos concursos e é feita para os que foram aprovados nas provas de conhecimentos gerais e específicos. “É uma ficha que o candidato preenche quando vai comprovar os requisitos exigidos no edital quando o processo admissional está em andamento. A empresa faz uma investigação nos órgãos oficias do governo existentes no país sobre a pessoa nas questões judiciais e no que há de oficial no mercado, como o Serasa. Não tem investigador que vai atrás de candidatos, são dados coletados que já existem no mercado”, explica.
Segundo ele, a companhia verifica se o candidato está envolvido em uma ação judicial ou em algum processo de julgamento. “É para ver o perfil das pessoas que estão vindo para a nossa organização, ajuda no planejamento e nos processos. E podemos ter uma situação inadequada como já aconteceu de identificar um foragido da Justiça quando você vai fazer uma análise dos processos dessas pessoas. É para ter um quadro de empregados dentro da companhia mais idôneo possível, a intenção não é eliminar candidatos, é identificar ações que podem ser trabalhadas, evidentemente que, se você tem uma situação em que precisa eliminar, ele é eliminado. Isso está previsto no edital”, diz o gerente.
Tecnólogos não são aceitos
Segundo Correa, não está nos planos da companhia aceitar os tecnólogos, que têm diploma de curso superior, mas não título de bacharel, já que a duração dos cursos é menor, de dois a três anos. “Quando o plano de cargos da Petrobras foi desenvolvido, com consultas a todas as áreas e atividades, o requisito tecnólogo não apareceu em nenhum dos estudos que foram feitos”, afirma. “A exigência é de formação plena, aquele bacharelado que dá à pessoa a condição de um conhecimento maior. Se com a formação plena nós precisamos complementar a educação dentro da companhia, imagina se fosse para um tecnólogo, esse tempo de formação seria muito maior”, afirma.
A Petrobras diz que complementa a formação dos profissionais porque o mercado não oferece a mão-de-obra especializada que a empresa precisa. No caso dos cargos de nível médio e técnico, os profissionais fazem um curso na própria unidade onde irão trabalhar.
Os que irão atuar em cargos de nível superior fazem a universidade que fica dentro da Petrobras. De acordo com Correa, há cerca de 1,5 mil alunos/dia dentro da universidade. "Não é só para formação e complementação, mas para continuidade de educação dentro das áreas", diz. A duração dos cursos varia de dois a 12 meses.
Terceirizados
O número de novas vagas projetado pela Petrobras não leva em conta a possível substituição de terceirizados na empresa. Em agosto, o Tribunal de Contas da União (TCU) recomendou que estatais como a Petrobras trocassem, no prazo de cinco anos, os servidores terceirizados por profissionais contratados por meio de concurso público.
O TCU informou, na época, que na companhia havia 144 mil terceirizados e que 47 mil (33%) já trabalhavam para a estatal sem ter realizado concurso há mais de dois anos. Correa disse que precisaria fazer uma pesquisa para saber o número exato de terceirizados que prestam serviços para a estatal.
Principais áreas
A mão de obra que entra por concurso é absorvida em quatro grandes áreas da empresa, segundo Correa. A parte de exploração e produção, que contempla as operações das plataformas e nos campos de petróleo, emprega técnicos que trabalham com perfuração de poços e fazem manutenção de equipamentos, por exemplo. No nível superior são contratados engenheiros de petróleo, geólogos, geofísicos e engenheiros de equipamento. Na área de refinaria são contratados operadores e técnicos de manutenção e engenheiros de processamento e equipamento.Na área de engenharia (construções e obras em geral) são empregados técnicos de manutenção e engenheiros de equipamentos, por exemplo. De acordo com Correa, também vem aumentando a demanda por funcionários nas áreas de gás e energia.
Cargos de nível médio Cargos de nível superior
Assistente de serviços de apoio Advogado
Inspetor de segurança interna Analista ambiental
Técnico de administração e controle Analista de comercialização e logística
Técnico de contabilidade Analista de pesquisa operacional
Técnico de enfermagem no trabalho Analista de sistemas
Técnico ambiental Arquiteto
Técnico de comercialização e logística Engenheiro agrônomo
Técnico de estabilidade Engenheiro civil
Técnico de exploração de petróleo Engenheiro de equipamentos
Técnico de informática Engenheiro de geodésia
Técnico de inspeção de equipamentos e instalações Engenheiro de meio ambiente
Técnico de logística de transporte Engenheiro de minas
Técnico de manutenção Engenheiro de petróleo
Técnico de operação Engenheiro de processamento
Técnico de perfuração e poços Engenheiro de produção
Técnico de projetos, construção e montagem Engenheiro de segurança
Técnico de segurança Engenheiro de telecomunicações
Técnico de suprimento de bens e serviços Engenheiro naval
Técnico de telecomunicações Geofísico
Técnico químico de petróleo Geólogo
Químico de petróleo
Administrador
Assistente social
Auditor
Bibliotecário
Contador
Dentista
Economista
Enfermeiro do trabalho
Estatístico
Médico do trabalho
Nutricionista
Profissional de ciências exatas
Profissional de ciências humanas e sociais
Profissional de comunicação social
Psicólogo

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