RIO - O subsecretário de planejamento e integração operacional do Rio de Janeiro, Roberto Sá, afirmou por volta do meio-dia desta sexta-feira, 26, que haverá uma incursão no Complexo do Alemão, mas ainda não foi definido o momento da operação. Segundo ele, o foco ainda é a Vila Cruzeiro, mas não está descartada uma entrada no Alemão se a inteligência das forças policiais detectarem informações que indiquem a necessidade de agir antes.
Sá informou que 800 homens do Exército atuarão no cerco ao Complexo com o apoio das polícias militar e civil, a fim de evitar que os criminosos fujam. O subsecretário disse ainda que a prefeitura do Rio interditará alguns acessos no Complexo do Alemão e da Vila Cruzeiro. sem especificar quais.
"É apenas uma questão de estratégia entrar no Alemão", disse. "Não há lugar em que nossa polícia não entre, desde que tenhamos recursos logísticos para ultrapassar alguns obstáculos que os nossos recursos até então não permitiam", acrescentou.
Segundo Sá, nove suspeitos presos recentemente serão transferidos para presídios de outros Estados. Ele afirmou que a transferência foi acertada entre o sistema penitenciário federal e a justiça estadual. O subsecretário não especificou para quais unidades da federação os presos serão levados. "Nossa prioridade nesse momento é fazer com que saiam do Rio de Janeiro", afirmou. (Glauber Gonçalves)
Tiroteio. Um policial militar do 16º batalhão (Olaria) ficou ferido na cabeça durante uma troca de tiros entre agentes federais, PMs e traficantes na entrada da favela da Grota, no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio. Os criminosos se encontram se encontram em uma casamata na entrada da favela, a menos de 100 metros de onde estão posicionados os policiais.
Penha. A Polícia Civil também troca tiros com traficantes no Complexo da Penha, na zona norte. Dois helicópteros sobrevoam o complexo e dão rajadas de metralhadora. Os tiros aparentemente partem da favela da Chatuba, onde hoje pela manhã estiveram diversas equipes da Polícia Civil, em carros.
Vila Cruzeiro. Dez policiais do Bope junto com outros dez policiais militares fizeram na manhã de hoje uma varredura na parte baixa da região, onde as marcas da operação de ontem ainda são visíveis. A polícia está fazendo buscas em residências e também revista transeuntes. Na estrada José Lucas estão as carcaças de três caminhões incendiados.
Em consequência dos ataques, fios de energia elétrica foram queimados, deixando sem luz toda a região e prejudicando os comerciantes que ainda assim resolveram abrir suas portas.
Na Rua Jaques Maritaim, antiga Rua 14, há pelo menos 30 motos abandonadas, que foram apreendidas pela polícia. Na Rua 13, onde os traficantes se abrigavam em seu bunker, há restos de comida, abandonados provavelmente no momento do tiroteio. A polícia encontrou ainda no local "jacarés", que são canos com pedaços pontiagudos de ferro, usados para impedir a aproximação de carros.
"O que acontece é que há uma rota de fuga difícil de alcançar", explicou o subchefe operacional da Polícia Civil, Rodrigo Oliveira, referindo-se às imagens do helicóptero da TV Globo que mostraram ao vivo a fuga em massa da Vila Cruzeiro para o Complexo do Alemão pela Serra da Misericórdia. As imagens repercutiram na internet e motivaram críticas no Twitter - usado pelo governo para rebater boatos.
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