O operário Miguel de Oliveira Almeida, de 22 anos, funcionário da Companhia Brasileira de Bentonita (CBB), no distrito de Pradoso, localizado a 20 km de Vitória da Conquista (509 km de Salvador), morreu na manhã desta quinta-feira, 23, esmagado em um cilindro de processamento de minério (argila bentonítica).
Segundo as primeiras apurações da polícia, Almeida tinha acabado de assumir o turno no galpão de processamento, por volta das 6h, e estava fazendo a limpeza na máquina - chamada extrusora de alta densidade - quando foi sugado pelo equipamento.
Um aviso próximo ao equipamento advertia para cuidados na limpeza da máquina, orientando o operador a desligá-la em caso de manutenção, o que não ocorreu, segundo os policiais.
Almeida, que era ensacador de minério, sofreu fratura no pescoço e teve braços e tronco esmagados, morrendo preso ao cilindro. O operário mais próximo da vítima estava a uma distância de 200 metros e correu para desligar a máquina.
A argila é conduzida em estado bruto por uma esteira rolante e despejada no cilindro, onde o operário morreu. O serviço de urgência Samu foi acionado e o socorro chegou em poucos minutos, mas nada pôde fazer.
Logo após o levantamento cadavérico, o corpo foi resgatado por homens do 7º Grupamento do Corpo de Bombeiros, que tiveram de separar as duas roscas que prendiam a vítima, colaborador da CBB há pouco mais de dois anos. A Polícia Técnica deve apresentar o laudo em 30 dias. O corpo de Miguel Almeida será enterrado nesta sexta, 24.
Em estado de choque e lamentando a perda prematura do colega, nenhum dos colegas quis comentar o ocorrido. Igualmente abalada, a família do operário também evitou tratar do assunto.
Sem permitir acesso às dependências da empresa, o diretor Isaltino Mendes, 54 anos, contestou, por telefone, a hipótese de problemas no cilindro. Ele preferiu associar a morte a uma fatalidade, sem descartar outros motivos que, segundo ele, serão apontados pela Polícia Técnica.
Nota - A direção da CBB ainda informou que só irá emitir nota pública quando receber o resultado da perícia. “Estamos sem entender os motivos que o levaram a acessar os degraus e chegar às roscas, já que não havia necessidade de estar naquele local”, disse Mendes.
Segundo ele, o operário usava equipamento de proteção individual. “Essa foi a primeira vez que isso ocorreu e somente a Polícia Técnica vai nos dizer o que contribuiu para esta fatalidade”, comentou.
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