Um dia após a ação do Comando de Operações Especiais (COE) das polícias Civil e Militar, no bairro do Caji, em Lauro de Freitas, em que 10 pessoas acusadas de assaltos a bancos e a estabelecimentos comerciais foram mortas, o domingo foi de intenso movimento no Instituto Médico Legal (IML), com os familiares das vítimas tentando reconhecer os corpos.
De acordo com a assessoria de imprensa do Departamento de Polícia Técnica (DPT), até o fechamento desta edição, nove pessoas foram identificadas. São elas: Renildo de Jesus Santos, 29 anos; Giovani Ferreira Souza, 32; Alan Almeida dos Santos, 28; Sirval de Assis Paulo, 36; Edilon da Silva Santos, 27; Carlos Mendes da Silva, 27; Ednei Santos Brito, 28; Isaías Vieira da Silva (idade não revelada); e Rosemere Cardoso da Silva, 43. A polícia acredita que o outro morto ainda não identificado seja de São Paulo.
No IML, a irmã de Edilon, que não quis se identificar, contou que recebeu uma ligação dele durante o tiroteio. “Ele me pedia para que eu ligasse para um advogado porque a polícia chegou atirando. Ele estava perdendo a voz quando me ligou. Daí ficou mudo. Foi execução”, disse a moça, que disse que o irmão não tinha passagem na polícia e era “autônomo”.
O cunhado de Ednei, de prenome Paulo, disse que a vítima já havia cumprido pena de dois anos por tráfico de drogas. A reportagem de A TARDE não localizou parentes dele, mas apurou com uma funcionária da funerária de plantão no IML que parentes pagaram cerca de R$ 12 mil por seu caixão.
Proprietário - Segundo o proprietário da casa alugada, o valor da fiança de R$ 3.300 (dois meses de aluguel) foi pago em espécie. O vencimento do primeiro mês do aluguel, 25 deste mês, um dia antes da matança, ficou em aberto. “As únicas duas vezes em que vimos Rosemere, ela demonstrou nervosismo. Disse que era casada mas, depois que lhe entregamos as chaves, ela disse que ainda não havia mudado porque tinha medo de ficar ali sozinha. Depois apareceu por lá com um monte de gente”, disse o proprietário que, assustado com acontecimento, pediu anonimato.
De acordo com a assessoria de comunicação da Polícia Civil, haverá coletiva de imprensa hoje, às 15h, quando serão divulgadas mais informações sobre a operação. Estarão presentes o secretário Maurício Teles Barbosa, o delegado-chefe Hélio Jorge e o comandante da PM-BA, coronel Mascarenhas.
O corpo de Edilon foi enterrado ontem no Cemitério Bosque da Paz. Segundo Joana Maria dos Santos, irmã dele, o rapaz foi até a casa em Lauro de Freitas a convite de um colega e foi morto com dois tiros no peito à queima roupa. Ele era topógrafo e estava desempregado há cinco meses. “Acredito que ele estava no lugar errado, na hora errada”, lamentou.
O sepultamento dos corpos de Renildo e Sirval foi marcado por forte comoção, no Cemitério da Quinta dos Lázaros, na Baixa de Quintas, por volta das 16h de ontem. Sem revelar a identidade, um parente de Sirval negou a versão da polícia de que ele era bandido
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