Policiais que agrediram jovem são afastados

O adolescentes foi agredido pelos policiais quando chegava à oficina onde trabalhava
O adolescentes foi agredido pelos policiais quando chegava à oficina onde trabalhava

Em nota oficial, distribuída nesta sexta-feira, 11, a Polícia Militar (PM) da Bahia informou que foi instaurado um inquérito para apurar as agressões de dois policiais militares contra um adolescente, em Feira de Santana (a 108 km de Salvador). O fato foi registrado pelas câmeras de segurança da empresa em que a vítima trabalha.

O inquérito será conduzido pela 67ª Companhia Independente de Feira de Santana, à qual os dois soldados pertencem, e envolverá não somente os aspectos criminais, uma vez que também teria sido aberto um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para avaliar a conduta e permanência dos policiais, que já estão afastados do serviço operacional até o término das apurações.

A brutal agressão, configurando-se abuso de autoridade, foi captada pelas câmeras de segurança e o assunto ganhou repercussão nacional depois que as imagens foram mostradas pelos noticiários de emissoras de televisão.

As imagens mostram desde a abordagem do rapaz, que estava conduzindo uma motocicleta, pelos PMs, por volta das 9 horas da manhã de quinta, 10, na avenida João Durval, área central de Feira de Santana, até uma série de agressões, com tapas, chutes e socos, mesmo depois que a vítima estava no chão.

De acordo com os registros das câmeras, a sessão de espancamento só parou porque um dos policiais agressores decidiu controlar o outro. Depois de ser agredido, o rapaz, que trabalha em uma oficina de motos, foi algemado e levado para a Delegacia do Menor Infrator, onde prestou depoimento e foi liberado. Na sequência, ele registrou queixa contra os policiais pela agressão.

Os policiais militares alegaram na ocorrência, que foi registrada na Polícia Civil que o adolescente resistiu à ordem de parar e pilotava a moto sem habilitação. Um dos policiais afirmou que teve que reagir depois de ser agredido.

Chute – De acordo com o adolescente, ele estava se dirigindo para o trabalho, em uma oficina de conserto de motocicleta, com a motocicleta do pai, quando avistou os dois policiais passarem, também de moto, pelo lado oposto da avenida. Depois de alguns minutos, ele teria sido surpreendido com um chute na perna e observou que era um dos policiais, então continuou o percurso sendo perseguido. “Ao chegar em frente à loja, o outro policial mandou que eu parasse e obedeci, só que o que deu o chute já desceu da moto me agredindo e gritando que eu queria matá-lo”, lembra.

Moradores e comerciantes do local ficaram revoltados com a atitude dos policiais e todos que foram ouvidos afirmam que não houve nenhuma reação por parte do adolescente para justificar as agressões. Eles disseram que os soldados usaram de violência com todos que se aproximavam e, inclusive, teriam desafiado que qualquer um podia denunciar o caso ao comando, pois não haveria nenhuma punição para eles.

Sobre a possível punição para os policiais, o comandante da 67ª Companhia Independente de Feira de Santana, major Gilvan Vieira Melo, diz que cabe até uma exclusão da Polícia Militar, “Mas friso que é necessário concluir as investigações para sabermos o que aconteceu de fato e qual punição caberá”, advertiu.

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