Terminou na tarde de hoje a rebelião na Delegacia Regional de Polícia de Pinheiro, município a 330 quilômetros (km) da capital maranhense, São Luiz. A Polícia do Estado confirmou que seis presos morreram. Com requintes de crueldade, os presos mataram e decapitaram quatro dos detentos assassinados. Entre as vítimas está José Agostinho Bispo Pereira, preso por ter abusado sexualmente da filha, de 28 anos, com quem teve sete filhos. O motim começou por volta das 22h30 de ontem. As negociações para tentar conter a violência só começaram na madrugada desta terça, 8.
Superlotada, a cadeia tinha capacidade para abrigar 30 presos em quatro celas, mas ali estavam 97 detentos. A própria delegada responsável pela carceragem, Laura Amélia Barbosa, atribuiu o motim à superlotação da cadeia. "O clima foi tenso e os presos sempre ameaçavam matar mais pessoas", disse a delegada, em entrevista a uma rádio local.
Durante as negociações, além de exigir a presença de um juiz da Vara Criminal e de um promotor de Justiça, os detentos haviam pedido também um quilo de maconha para libertar os reféns e encerrar a rebelião. Como a maioria deles tem parentes em Pinheiro, os rebelados também reivindicam o direito de receber comida caseira levada pelos próprios parentes.
O secretário adjunto de Inteligência da secretaria estadual, Laércio Costa; o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Franklin Pacheco, e o superintendente de Polícia Civil do Interior, Jair Lima de Paiva, se dirigiram para a cidade no início da manhã e acompanharam as negociações, que contou ainda com um juiz e dois promotores de Justiça de Pinheiro. Durante as ações, policiais militares do Batalhão de Choque e uma equipe do Grupo Tático Aéreo também haviam sido deslocados para o município e cercado toda a área em torno da delegacia.
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