Carros velhos são abandonados nas ruas e trazem risco à população

Carros aprendidos apodrecem no pátio do Detran
Carros aprendidos apodrecem no pátio do Detran

A existência de carros abandonados em Salvador, além de ocupar espaços que poderiam servir de estacionamento para outros veículos, tem deixado moradores de alguns bairros aflitos. No período de chuvas, os riscos são vários: tornam-se locais ideais para a formação de focos da dengue, abrigam ratos (transmissores de doenças, como a leptospirose) e são facilmente transformados em esconderijo de bandidos. Este ano, foram retirados das ruas 152 veículos em estado de sucata. No ano passado, foram 245.

Segundo o secretário da Secretaria Municipal de Serviços Públicos e Prevenção à Violência (Sesp), Ocimar Torres, o objetivo do órgão ao recolher as sucatas é remover das ruas o que oferece risco à população. Ele explica que a Sesp, este ano, iniciou uma operação na qual fiscais saem às ruas à procura de veículos abandonados e sucateados.

“Fazemos o recolhimento e levamos para um depósito público na Avenida San Martin. Aguardamos o prazo de 90 dias para o dono se manifestar e pagar o valor pela retirada. Se não pagar, levamos a leilão, ou a instituição credenciada de ação social que aproveite algo”, afirma.

Os carros abandonados também podem ser encontrados em pátios de delegacias, como o Complexo Policial do Vale dos Barris, onde há 16 deles, e na 12ª CP (Delegacia de Itapuã), onde um veículo há mais de cinco meses ocupa uma das vagas em frente à circunscrição.

No pátio do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), 692 carros são deteriorados e se transformam em sucata. A maioria deles, conforme informa a assessoria de comunicação do órgão, é oriunda da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DRFRV). Há também os que foram apreendidos por documentação irregular. Estes devem ir a leilão, caso os proprietários não se apresentem no prazo de 90 dias após a apreensão. O último leilão ocorreu em 2009 e o próximo está previsto para este ano.

Órgãos públicos - Apesar de o número de veículos abandonados parecer aumentar, os órgãos públicos não registram nos sistemas de dados quantos estão nesta situação. Transalvador e Sesp informam, pelas respectivas assessorias de comunicação, que a remoção de veículos pode ser feita pelos dois órgãos, de acordo com alguns critérios.

A remoção só pode ser feita pela Transalvador quando o veículo estiver em área de Zona Azul, ultrapassando o limite de tempo (nestas vagas, o tempo de permanência consta na placa de sinalização e na cartela), e em área de estacionamento proibido, sinalizada tanto nas vias como em entradas de garagem, diante de hospitais, e em outras situações irregulares.

Os carros que estiverem com pneus cheios, janelas e lanternas em perfeito estado e com possibilidade de movimentação não podem ser removidos. “Se o carro estiver regularmente parado, pode permanecer o tempo que seu proprietário quiser, pois não atrapalha a mobilidade urbana”, informou, por meio de nota, a assessoria de comunicação da Transalvador . Se o veículo estiver depredado, com os pneus vazios e janelas quebradas, pode ser considerado lixo urbano e deve ser removido pela Sesp.

O servidor público Aureliano Francisco Bonfim, 44, que mora no Garcia, próximo ao Arco do Viaduto, onde há um veículo abandonado, teme a proliferação do mosquito da dengue. Há mais de quatro meses, um carro parado na sua rua incomoda a todos. “Tem abrigado mendigos. Às vezes aparece um menino para fumar crack. Não nos importa quem seja o dono. Queremos que o retirem”, pede

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