O assassinato a tiros do estudante Alcides Ferreira da Silva Neto, 17, por volta das 18h30 de domingo, provocou a revolta dos moradores da Avenida Aratu, em Paripe. Na manhã desta segunda-feira, 4, dezenas de pessoas interditaram a Estrada da Cocisa, ao atear fogo em pneus, para protestar contra as notícias veiculadas pela televisão, dando conta de que a vítima seria traficante. O rapaz foi alvejado por dois homens numa moto, na praça João Martins, onde encontraria a namorada para tomar sorvete.
Confundido com um criminoso da região, por dividirem o sobrenome Neto, Alcides foi morto na esquina da avenida onde morava, a menos de 20 metros de casa, informou uma tia do rapaz, durante o protesto. “Ao contrário do que disseram na tevê, meu sobrinho era um menino bom”, defendeu o tio do jovem, Roberto de Jesus, 42, enquanto aguardava a liberação do corpo do sobrinho pelo Instituto Médico Legal (IML) Nina Rodrigues, na manhã de hoje.
Por causa da morte do rapaz, o Colégio Estadual Sete de Setembro, onde ele cursava a 3ª série do ensino médio, suspendeu as aulas. Outra escola do bairro, o Educandário Salvador Santos, onde Alcides estudou até a 8ª série do ensino fundamental, manteve o expediente até as 15h. “Não é possível que tenha acontecido uma coisa dessas com ele”, dizia, inconsolada, a pedagoga Vilma Oliveira, 40, ex-professora do jovem.
O sepultamento de Alcides ocorreu às 16h, no cemitério de Nossa Senhora do Ó, em Paripe, com a presença de familiares, amigos, vizinhos e ex-colegas de classe, sob clima de comoção e revolta. “Queremos justiça. Esperamos que esse crime não seja mais um que caiu no esquecimento”, declarou Roberto de Jesus. A mãe do garoto passou mal e precisou ser medicada.
Prisão - Agentes da 5ª Circunscrição Policial (CP), localizada em Periperi, detiveram Jéferson Henrique Vasconcelos Serra, 18, no início da tarde de ontem, após identificá-lo como sendo o condutor da moto utilizada no crime.
Segundo o titular da unidade policial, Antônio Carlos Magalhães, o rapaz informou que o autor dos disparos foi Gabriel Luís de Jesus, de 16 anos, que encontra-se foragido.
A motivação do assassinato será investigada pela Delegacia de Homicídios (DH), nos Barris, para onde Jéferson foi encaminhado.
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