Ninguém deseja aposentadoria de um salário mínimo, diz Garibaldi

BRASÍLIA - O ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho, admitiu nesta quinta-feira, 14, que o valor de apenas um salário mínimo pago a mais da metade dos aposentados brasileiros não é o mais adequado. "Diante de um quadro como este, ninguém poderia achar justo isso", afirmou durante o programa Bom Dia Ministro, realizado pela EBC. "Eu não sou hipócrita, ninguém desejaria uma aposentadoria como esta", continuou. Segundo ele, é preciso lutar para que quadro possa ser revertido.

Garibaldi voltou a afirmar que é favorável ao projeto de mudança no sistema de aposentadoria dos servidores. "Ontem, (o projeto) passou por um teste na Câmara (em uma das comissões), mas não pode ser votado porque uma audiência pública foi solicitada. Não sou contra, pois ainda sou senador, mas esse projeto está dormindo desde 2007 na Câmara", lembrou.

O ministro salientou também que o problema da perícia médica no INSS precisa ser resolvido urgentemente. "A última greve deixou sequelas entre os peritos e os que dirigem o sistema da Previdência", comentou. Ele enfatizou, porém, que, há um projeto no Senado em que há previsão de criação de 500 novas vagas para a médicos peritos.

Garibaldi brincou ainda com a rotatividade dos ministros na Pasta. "Foram sete ministros durante os oito anos do governo Lula. Espero que a média no governo Dilma não seja semelhante. Se não, não terei tanto futuro na Previdência."

Fator Previdenciário

O ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho, afirmou que o fator previdenciário é o calcanhar de Aquiles dos aposentados brasileiros. "Essa é a verdadeira Geni do Sistema Previdenciário", disse, durante o programa Bom Dia Ministro, realizado pela EBC. "Todo mundo atira nesse fator, eu só espero não ser atingido", continuou, brincando.

Garibaldi salientou, porém, que, apesar da necessidade de substituição do fator, qualquer alteração deve ser feita com cuidado. Ele avaliou que é preciso encontrar alternativa melhor que o fator, que é pouco transparente. "Esse maldito fator traz R$ 10 bilhões para a Previdência. Para uns malditos e para outros benditos, sendo que maldito para a maioria da população", considerou.

Sobre a expansão das agências do INSS, o ministro prevê a expansão da rede em mais 720 unidades em dois anos, das pouco mais de mil existentes hoje em todo o País. Em média, cada uma delas custa ao governo federal R$ 800 mil. Ele disse acreditar que sua Pasta será poupada de cortes em função do enxugamento do orçamento. "Acredito que a Previdência será poupada, acredito na sensibilidade da presidente. Não espero fim da expansão das agências", disse. "Vamos ter fé", acrescentou.

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