A solteirice parece ter feito morada nos lares soteropolitanos. Isso é o que indica uma pesquisa do Target Group Index, feita pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope)/ Mídia nas regiões metropolitanas e no interior do Sul e do Sudeste do País, o que correspondeu a 17,1 milhões de pessoas. A capital da Bahia está entre as cidades com maior número de solteiros do Brasil, o que corresponde a 38% da população adulta.
De acordo com a pesquisa, quase um terço dos 56 milhões de adultos do Brasil são solteiros, que estão em proporção maior em praças como Salvador, Belo Horizonte e Recife e aparecem com menor representatividade em lugares como São Paulo, Porto Alegre e Curitiba.
Na capital da Bahia, a média de idade desse segmento é de apenas 28 anos, com alto índice de não trabalhadores. A defasagem na renda desses solteiros é de 15% frente aos outros moradores.
Carreira - Entretanto, de uma maneira geral, a pesquisa constatou que os solteiros da atualidade estão mais ambiciosos. De acordo com dados do estudo, 73% almejam atingir o topo mais alto de suas carreiras.
Esse é o caso, por exemplo, do agente de justiça Anderson Santiago, 28, que não está muito preocupado com namoro agora. Na opinião dele, ser solteiro ajuda a ter mais tempo para conquistar seus objetivos. Entre os seus planos estão terminar a faculdade de direito e ser promovido, futuramente.
“O casamento não é agora meu primeiro objetivo. Eu não estou preocupado em encontrar outro amor”, afirma. Após cinco namoradas e um noivado, que terminou há três anos, ele decidiu que precisava se dedicar a si mesmo. Cinema, livros e barzinho com os amigos figuram no cotidiano do jovem, que alterna a seriedade natural do âmbito jurídico com um humor brincalhão. “Busco me espelhar nas pessoas que admiro e corro atrás do que quero. Precisamos buscar e não esperar que tudo caia do céu”, ensina Anderson.
Liberdade - Tudo indica que – tal qual a música massivamente cantada em ritmo de axé – cada vez mais pessoas têm optado em ficar solteiras em Salvador. A estudante de direito Ana Terra da Fonseca, 21, nunca conheceu o “outro lado”. Exceto por cinco “pequenos relacionamentos sem compromisso sério”, como ela mesma define, Ana nunca namorou. “Eles não tinham muito a ver comigo. Depois que conheci mais, percebi que não era o homem certo”, afirma.
Apesar de crer que um dia irá namorar sério com a “pessoa certa”, a estudante não anseia nem um pouco por este momento. Após “vivenciar” namoros pela experiência alheia, ela acredita que o namoro restringe a liberdade, preço alto demais para quem pretende dedicar a vida a enviar somente criminosos para a prisão.
No cotidiano da estudante, além de teóricos como Foucault e Bonavides, figuram as baladas noturnas, a cerveja de final de semana com os amigos e longas horas expostas ao sol na praia. Internet, sobretudo para pesquisar e estudar. Rotina esta que ela considera “quase impossível” de sustentar ao lado de um namorado. “Eu quero primeiro construir uma carreira. Depois, um relacionamento sem traição e mentiras”, idealiza a jovem.
O interesse dos solteiros soteropolitanos pelas novas tecnologias foi, inclusive, um outro item detectado na pesquisa: 47% consideram a internet como sua principal fonte de entretenimento e 56% afirmam confiar no meio para se manter informados
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