Secretário e prefeito reproduzem cenas de Tropa de Elite 2


No dito popular a arte imita a vida, mas como na Bahia tudo é diferente, as autoridades decidiram imitar a arte e, inspiradas no filme Tropa de Elite 2, promoveram uma feijoada no recém ocupado bairro do Calabar. As cenas que se desenrolaram nas telas dos cinemas brasileiros foram transferidas, sem qualquer coincidência, para o cenário real do Calabar, um bairro com histórico de violência, comandado por gangues de traficantes que se impunham à base da bala e do medo.

Nesta sexta-feira (1º), o prefeito João Henrique e o secretário de Segurança Pública, Mauricio Teles Barbosa, acompanhados de outros secretários estaduais e municipais, e dirigentes de órgãos sentaram com os moradores do Calabar num almoço de confraternização, oferecido pela Política Militar, para “selar o pacto da paz no bairro” após a ocupação pela polícia baiana, ocorrida na segunda-feira (28). Para que as cenas do filme fossem retratadas com total fidelidade, faltou a presença do governador.

Mas não é a simples ocupação do bairro, festejada com o mais típico prato da culinária brasileira, que vai fazer com que a violência desapareça como um passe de mágica das ruas do Calabar e de toda cidade, que vive assustada com os altos índices de mortes e assaltos.


Não basta o secretário Maurício Barbosa desfilar pelas ruas do bairro distribuindo sorrisos ou o prefeito fazer discursos falando da presença da administração com a oferta de serviços públicos básicos - diga-se de passagem obrigação dos poderes públicos - para garantir à comunidade a segurança que toda a Bahia reclama.


Não é suficiente dizer que a “sintonia entre autoridades e população celebra uma vitória contra o crime organizado”, ou que a presença dos órgãos públicos devolveram a autoestima aos moradores para que a paz reine eterna no Calabar. Isso é apenas proselitismo barato para enganar os mais humildes. O crime não se rende às palavras. As ações de combate ao crime não podem ser pontuais. Precisam ser muito mais efetivas e constantes porque, apesar das semelhanças, isso aqui não é ficção não, é vida real.

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