Nikão é mais um jogador a "virar a folha" entre os rivais Bahia e Vitória

Jovem meia foi ao Barradão ontem pela última vez
Jovem meia foi ao Barradão ontem pela última vez

Dormir rubro-negro e acordar tricolor. Trocar de lado com tanta velocidade em uma rivalidade quase secular nunca é fácil, mas alguns conseguem ser ídolos com as duas torcidas.

Quem sente isso na pele, agora, é o meia-atacante Nikão. Na manhã da última quarta-feira, 24, em sua residência, onde recebeu a reportagem de A TARDE, o jogador falou pela primeira vez como novo reforço do Bahia.

Em seu coração, tanto o pesar em deixar o Vitória de uma forma abrupta quanto a ansiedade em ter de conquistar uma torcida que, até o início da semana, o via como inimigo.

O Atlético-MG é o dono dos direitos federativos do atleta. Aproveitando-se de uma brecha no contrato de empréstimo ao Vitória, que permitia ao Galo pedir seu retorno caso quisesse negociá-lo com uma equipe de Série A, o Bahia procurou diretamente o clube mineiro.

Vídeo: torcedores comentam a polêmica transferência de Nikão para o Bahia


Triste por não ter sido consultado sobre a troca de time, o meia desabafou: “Sou funcionário do Atlético-MG e tenho que ir para onde eles me mandam. Sei que a torcida do Vitória está chateada, mas queria que ela entendesse. Eu não tive escolha, sou profissional”.

O desabafo veio logo após seu pai adotivo, Cesar Silva, o Cesinha, ter recebido uma ligação de Eduardo Maluf, diretor de futebol do Galo, confirmando que Nikão era jogador tricolor. “Manda quem pode, obedece quem tem juízo”, resignou-se Cesinha.

À tarde, o atleta seguiu para o Barradão, onde assinou seu desligamento do Vitória e se despediu dos companheiros de time. Lá, recebeu o apoio de todos. “Esse filho é fanfarrão. Sei que não é culpa dele, mas, no seu lugar, eu falaria com o Atlético e diria aceitar ir para qualquer equipe, menos para o Bahia”, afirmou o atacante Neto Baiano, que se intitula pai profissional de Nikão.

A transferência para o rival, no entanto, não chegou a ser uma total surpresa, segundo o próprio Cesinha. “Já tinha ouvido falar disso há pouco mais de um mês. Soube por um amigo de Belo Horizonte que Marcelo Guimarães Filho havia comentado com dirigentes do Atlético-MG que Nikão deveria jogar no Bahia, por se tratar de um clube de Série A. Achei que fosse brincadeira”, afirmou.

Tricolor - Negociação findada, a mente de Nikão está, agora, no futuro. Ele aguarda um ligação do Atlético para saber quando se apresenta ao novo clube, o que provavelmente ocorrerá amanhã. Até o momento, a transferência para o Bahia está acertada de modo verbal, mas ainda não foi assinada.

Mesmo assim, o jogador já vive a ansiedade de encarar o fato de ser mais um caso histórico de vira-folha no futebol baiano.

“Vou para o Bahia de cabeça erguida. Quero conquistar a torcida com meu profissionalismo e bom futebol”, garantiu. “Nikão tem uma grande qualidade: é uma pessoa de coragem e que gosta de novos desafios. Estou certo de que dará certo no novo time”, disse Cesinha.

O garoto Nikão, de apenas 18 anos, concorda com o ‘papai’. “Adoro desafios. Este é mais um na minha vida. Vou dar certo no Bahia, tenham certeza”, disse o meia-atacante. A partir de amanhã, quem viver verá.www.ATARDE

Postar um comentário

0 Comentários