Líder comunitária e dona de uma frota de mototaxi. Esses eram apenas disfarces de Lúcia dos Santos Gomes (36), conhecida como Gorda, para ser na verdade a líder do tráfico na região do subúrbio ferroviário de Salvador. De acordo com Antônio Carlos Magalhães, delegado titular da 5ª C.P, a acusada é mandante de cerca de 30 homicídios que estão sob investigação.
O mais recente deles, a idosa Alaíde Queiroz dos Santos, de 70 anos, que foi assassinada com cinco tiros, no sábado (14), quando estava sentada em frente à porta de sua casa na rua Amazonas, em Praia Grande (subúrbio ferroviário).
Vizinhos que testemunharam o crime relataram a fuga dos bandidos em um carro modelo Fiat Stilo, cor Preta, placa JRC 2757. A polícia identificou que o veículo era de propriedade de Lúcia. O Stilo foi encontrado no domingo (15) estacionado no rio Sena (Periperi), próximo a casa de sua dona.
Os agentes foram até a residência da traficante e a surpreenderam com 68 pedras de crack, dois rádios comunicadores, um laptop e um revólver calibre 38.
Na casa também estavam o seu genro Deivison Conceição Santana, o “Lincoln”, o seu marido Alex Brito das Neves, o “Grilo”, e um menor de 17 anos, apontados pelas testemunhas como autores do homicídio contra dona Alaíde. Lincoln e o menor foram detidos, mas Grilo, acusado como autor de 8 homicídios, conseguiu fugir e ainda não foi capturado.
Foi tumultuada a apresentação coletiva da traficante, realizada na tarde desta segunda-feira (16), no Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP). Lúcia ficou estérica e ameaçou os jornalistas e os delegados presentes no local. Ela nega a autoria dos crimes e afirma ser tudo armação da polícia.
Na ocasião, o delegado Antônio Carlos mostrou ainda uma foto encontrada na casa dela. Tratava-se da fotografia ampliada de um outro delegado, cuja identidade não foi revelada por questão de segurança.
A imagem foi capturada quando a TV transmitia uma entrevista dele. Provavelmente, um próximo alvo na mira da “Gorda” e de seus bandidos.
Guerra do Tráfico – Vingança. Segundo parentes de Edvandro Santos, uma das vítimas de Gorda, a ordem era “derrubar” a família do rapaz, neto de Alaíde. O relato é de um dos familiares que, amedrontado, preferiu não se identificar.
Edvandro, 21, foi assassinado. O seu corpo encontrado na praia de Periperi no dia 1º de maio deste ano. Segundo a polícia e os seus parentes, o rapaz vendia drogas para Gorda.
"Ela pensou que a família havia denunciado aos policiais o tipo de envolvimento entre eles. Mas isso não aconteceu, todos têm medo dela em Periperi, até as crianças", relata o parente do rapaz.
Houve troca de tiros durante prisão dos acusados assassinarem Evandro. Deles, três foram mortos, um deles, conhecido como "Alvinho", era o cunhado de Lúcia.
Outro recente caso envolveu a irmã da "Gorda". Nancy Conceição, conhecida como "Nega", também foi morta, segundo a polícia, durante disputa de boca de fumo (ponto de venda para drogas). Na época, Lúcia prestou em depoimento que não tinha envolvimento com o tráfico.
"Não adianta apenas prender a Gorda. Tem muita gente com ela, pode-se dizer mais uns 20 bandidos. Ela usava a frota de mototaxi para entrega a domicílio das drogas", relata outra testemunha que não quis se identificar.
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