O corpo da mulher, que era usuária de drogas, foi reconhecido no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IML) pela mãe dela, a feirante Maria Elza de Jesus das Mercês, de 63 anos, que não para de pensar nas possíveis explicações para o que aconteceu com uma de suas oito filhas.
Maria contou que a filha saiu de casa, localizada no Subúrbio Ferroviário de Plataforma, na quinta-feira pela manhã, dizendo que voltaria no sábado. “Ainda pedi para que não fosse. Que ficasse em casa, dormisse um pouco que eu ia providenciar o almoço, mas ela não me ouviu”, lamentou a feirante. Testemunhas contam que Cláudia usou drogas na rua, na quinta-feira à noite, e tentou entrar em um hotel da Calçada para dormir. “Ela tinha sete filhos. Deveria ter me ouvido que isso não teria acontecido”, lamentou a mãe.
Um dos donos do estabelecimento teria impedido a entrada da mulher, mas ela teve o acesso liberado em seguida. Após descobrir que a usuária de drogas ocupava um dos quartos do hotel, o proprietário ficou enfurecido e invadiu o quarto armado com um revólver e uma faca. “Ela saiu do quarto gritando e ele continuou dando as facadas”, afirmou uma amiga da vítima, que preferiu não revelar o nome.
Um homem, apelidado de Piolho, ainda teria tentado impedir o assassinato, mas foi baleado e levado para um hospital da rede pública. Testemunhas contam que a mulher foi esquartejada em um dos cômodos do estabelecimento comercial e, em seguida, teve as partes colocadas no interior de sacos plásticos e atirada em um ponto de coleta de lixo nas proximidades do hotel.
O corpo de Cláudia foi localizado por um catador de lixo que informou a Central de Polícia. Na sexta-feira (3) pela manhã, o autor do assassinato teria assistido a chegada de uma equipe da Departamentos de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o trabalho de técnicos do Departamento de Polícia Técnico e o levantamento cadavérico do corpo da mulher. Ele ainda não foi preso.
Motivo - De acordo com informações, o dono do estabelecimento já teria sido o autor de outro atentado contra a vida de uma pessoa. No mesmo hotel, o homem teria tentado matar a tiros o namorado de Cláudia. O crime foi testemunhado por ela. “Ela vivia por ali. Voltou para fazer mais uso de entorpecente”, relatou a amiga da vítima.
Diversas vezes, Cláudia teria tentado livrar-se do vício em drogas. Chegou a morar com uma irmã no interior da Bahia, mas voltou e continuou frequentando o hotel da Calçada, local conhecido como ponto de tráfico para usuários e profissionais do sexo.
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