Caso Juan: ‘A polícia está fazendo de conta que procura pelo menino’, diz moradora de Nova Iguaçu



Às 11h20 da manhã deste sábado, quatro carros em comboio deixaram o 20º Batalhão da Polícia Militar, em Mesquita, para continuar as buscas pelo menino Juan, de 11 anos, desaparecido em um tiroteio entre policiais e traficantes há 12 dias. As pistas estão sendo seguidas de acordo com as ligações feitas ao Disque -Denúncia (2253-1177). Da sexta-feira para a manhã de hoje, dia 02, o serviço recebeu mais de dez telefonemas com supostas informações sobre o caso. Parte delas sugeria que o corpo da criança estivesse na área da Lagoa Azul, próximo à Estrada da Palhada, em Nova Iguaçu. O local, quase em frente ao depósito de mercadorias das Lojas Americanas, é cercado de lotes e pequenos sítios usados para criação de gados:

- O espaço é grande e tem pouca passagem para pedestres...Fazer uma ação aqui com três cães farejadores (dois pastores holandeses e um pastor alemão), é bem complicado. Os animais não resistem ao cansaço. É como procurar um agulha no palheiro – definiu o Major Caetano do 20º BPM.

A justificativa, também usada na ação de busca na comunidade Danon, um dia antes, e que durou pouco mais de uma hora, foi reforçada pelo Cabo Fandino, que saiu no mesmo comboio:

- Temos 80 cães farejadores na PM, mas nem todos são treinados para encontrar cadáveres ou pessoas. Existem grupos ensinados desde o nascimento, e orientados por cerca de um ano e meio, para localizar drogas, explosivos e outras especificações. À disposição de um caso como esse, temos apenas estes três cachorros, não há como fazer revezamento. Com um sol quente assim, eles cansam, e não adianta forçar.

A dona de casa Denise Pereira da Rocha, de 54 anos, é uma das poucas moradoras da região e dona de um pequeno sítio onde cria 14 cachorros, exatamente em frente ao local de onde os policias se dispersaram para iniciar as buscas.

- Quase ninguém mora por aqui ...Só eu, meu marido e meus bichos. Qualquer carro ou movimentação estranha, mesmo à noite, os latidos dos meus cachorros nos avisariam. A polícia está fazendo de conta que procura pelo menino.

Segundo o cabo Michel, que guiava um dos três cães Pastores, ainda que o corpo de Juan tivesse sido jogado em um córrego ou lago, os animais acusariam rastros do menino:

- Encontramos um cavalo morto e os cachorros mal se manisfestaram. O único odor que eles ainda podem confundir com o de um cadáver, é o de um porco em putrefação.

As buscas continuam sendo feitas com o farejamento de um par de tênis, uma calça jeans e uma camisa verde do estudante. Às 13h20, as ações foram encerradas e, segundo o major Caetano, seguirão conforme as próximas informações do Disque-Denúncia e orientações do coronel à frente do caso, Sérgio Mendes.

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