Policia prende acusados de morte de tesoureiro de PT em São Gonçalo

André Luiz e Jorge Ney foram presos nesta madrugada
André Luiz e Jorge Ney foram presos nesta madrugada

Dezoito dias após o assassinato de Márcio Machado da Silva, 31, tesoureiro do Partido dos Trabalhadores em São Gonçalo dos Campos (a 139 km de Salvador), a Polícia Civil prendeu duas pessoas acusadas de ter envolvimento no crime. Os servidores municipais André Luiz da Conceição Gomes, 30, e Jorge Ney Araújo foram presos na madrugada desta quinta-feira, 18, em uma operação conjunta da delegacia de São Gonçalo e da 1ª Coorpin.

Três acusados que conseguiram fugir ao cerco policial foram identificados como Reinaldo de Oliveira Souza, “Dida”; Márcio Lopes Dantas, “Boró”; e Anderson dos Santos Ribeiro, “Lee”. Houve troca de tiros, mas não há informação sobre feridos.

André Luiz, que é tratorista da prefeitura, teve a prisão temporária decretada por 30 dias, pelo juiz Antônio de Pádua Alencar, titular de São Gonçalo, enquanto Jorge Ney, chefe da guarda municipal, foi preso em flagrante por estar com um revólver calibre 38 utilizado no crime. Ambos estão presos no Complexo Policial Investigador Bandeira, em Feira de Santana.

Segundo o delegado Fábio Lordello, coordenador da 1ª Coorpin, André e os três foragidos teriam arquitetado o plano de assalto. Reinaldo e Anderson teriam entrado na casa, anunciado o assalto e estuprado Elisângela Santos Cardoso, 33, esposa do tesoureiro. “Ao presenciar a violência sexual, a vítima teria entrado em luta corporal com os acusados, conseguindo tirar o capuz que cobria o rosto deles e reconhecido-os, sendo baleado por um deles”, revelou.

A polícia acredita que o mentor do plano de assalto seja André Luiz, uma vez que ele levou os outros até a casa, mas não entrou. “Com certeza, ele conhecia a vítima de perto e por isto não quis entrar, ficou em companhia de Márcio, dando cobertura aos comparsas”, acredita Lordello.

Na delegacia, André acusou Anderson e Reinaldo de terem cometido o crime, disse que se arrependeu, mas tinha medo de ser morto. “Não era para matar ninguém, mas eles disseram que o cara [a vítima] os teria reconhecido, então o mataram”, alegou.

Segundo o delegado Jean Souza, titular de São Gonçalo, a prisão dos acusados contou com a ajuda da população, que passou informações. Sobre Jorge Ney, revelou que ele se aproveitou do fato de ter um cargo público e guardou uma das armas usadas no crime. “Ele sabia da responsabilidade dele no caso. Inicialmente, foi indiciado por porte ilegal, mas poderá responder por outros crimes, no decorrer das investigações”, alertou.

Jorge Ney alegou que não sabia que a arma tinha sido usada no crime e que só a guardou porque nunca soube de atos ruins vindos do colega. “André me pediu para guardar, e o fiz sem desconfiar. Fui usado por ele, que me envolveu neste caso absurdo”, defendeu-se.

Crime - Conhecido como Nengo do Bar, Márcio Machado foi executado a tiros em uma estrada vicinal na noite de 30 de julho passado, após ter a casa invadida por quatro homens armados, que ao anuciarem o assalto teriam rendido a vítima, exigiram dinheiro, pegaram objetos de pequeno valor, como celular, e também estupraram a mulher. Após o roubo, a vítima e a mulher, que foi retirada de casa nua, enrolada em um lençol, foram colocadas no veículo Corsa Classic, de placa NYJ-0508, pertencente ao tesoureiro.

Após um tempo rodando por estradas de terra, Elisângela foi jogada no porta-malas, e o carro prosseguiu. Mais adiante, eles pararam, retiraram Márcio, praticaram a execução, com pelo menos quatro tiros, e andaram mais um pouco até libertar Elisângela. O carro foi incendiado. A mulher buscou ajuda em uma fazenda próxima. Na época, a polícia informou que trabalhava com três linhas de investigação: crime passional motivado por vingança, assalto ou crime político.

Muito conhecido na comunidade, Márcio Machado da Silva trabalhava com conserto de celulares. Foi candidato a vereador em 2008 e obteve 174 votos, 31º colocado, longe de uma vaga na Câmara, que tem apenas 13 vereadores.www.atarde.com.br

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