‘Ele ficou surpreso com a prisão’, diz advogado de tenente-coronel preso por envolvimento na morte de juíza

Tenente-coronel Cláudio Luiz de Oliveira se apresentou nesta terça-feira na Divisão de Homicídios (DH), mas não prestou depoimento Foto: Bruno Gonzalez / Extra


Numa conversa reservada de cerca de 30 minutos, numa sala da Divisão de Homicídios (DH), o tenente-coronel Cláudio Luiz de Oliveira disse ao advogado Manuel de Jesus Soares que estava surpreso com a prisão por envolvimento na morte da juíza Patrícia Acioli, executada com 21 tiros em 11 de agosto deste ano.
— É um homem que alega absoluta inocência no caso. Ele ficou surpreso com a decretação da prisão e com a imputação de ser o mandante do crime. Até o começo da semana, era um policial que exercia um cargo de comando — disse o advogado.
O rápido diálogo ocorreu pouco depois da apresentação do tenente-coronel na DH, nesta terça-feira à tarde. Na ocasião, o policial militar também disse ao advogado que não acredita que o cabo Sérgio Costa Júnior tenha apontado o seu envolvimento no crime e mostrou tranquilidade.
— É um policial experiente e acostumado a passar por situações adversas. Ainda que esteja numa posição ingrata, ele acredita que os fatos sejam devidamente esclarecidos.
Em seguida, o tenente-coronel, que se apresentou sem farda no Batalhão de Choque, foi conduzido da DH ao presídio de Bangu 8.
Informações sobre o inquérito na DH
Depois da conversa, o tenente-coronel disse ao delegado Felipe Ettore, titular da DH, que só iria prestar depoimento assim que o advogado tiver acesso ao inquérito. O advogado Manuel de Jesus Soares deve ir à DH nesta quarta-feira à tarde, para tratar do assunto. Ele também buscará informações sobre o inquérito na 3ª Vara Criminal de Niterói.
— Depois disso, deve ser marcada outra data para que ele possa prestar declarações — explicou.
Advogado defendeu PMs na lista do jogo do bicho
A conversa na DH foi o primeiro contato entre o advogado e o tenente-coronel. Manuel de Jesus Soares foi contratado às pressas, por telefone, por familiares do cliente. O advogado, que atua há 41 anos na área criminal, já defendeu outros PMs na Justiça Militar. Em 1994, defendeu policiais militares que tiveram os nomes citados numa suposta lista do jogo do bicho. Na relação, havia um ex-comandante da Polícia Militar e um ex-chefe da Polícia Civil

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