Juíza Patrícia Acioli: morte foi tramada um mês antes por PMs

Denise Ribeiro
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A confirmação de que a juíza Patrícia Acioli havia decretado a prisão dos policiais Daniel dos Santos Benitez Lopes, Sergio Costa Junior e Jeferson de Araújo Miranda e de outros cinco PMs, em 11 de agosto, teria feito com que o grupo acusado de executá-la pusesse em prática o plano de matar a magistrada. Um mês antes da decisão da juíza, eles já estariam tramando a execução e teriam visitado a Rua dos Corais, em Piratininga, Região Oceânica de Niterói, onde Patrícia Acioli morava. Mas só teriam ido adiante quando uma advogada que os defende telefonou para dar a notícia da prisão decretada.
Após a ligação da advogada Ana Claudia Abreu Lourenço, no dia 11 de agosto, o cabo Jeferson Miranda partiu em direção ao Fórum de São Gonçalo, onde a juíza Patrícia Acioli trabalhava. O tenente Daniel Benitez e o cabo Sergio Costa também seguiram para o fórum, informação constatada pelas antenas de telefonia celular.
Às 21h16m, o tenente Daniel Benitez desligou o celular, que só foi reativado às 0h50m de 12 de agosto. O cabo Sérgio também desligou seu aparelho, às 22h01m. Com o telefone desligado seria mais difícil localizá-los durante a noite do crime. Os dois celulares só voltaram a ser ligados quando a juíza já estava morta.

A juíza Patrícia Acioli foi executada com 21 tiros
A juíza Patrícia Acioli foi executada com 21 tiros Foto: Frederico Rozario / O Globo
Aguardando a juíza
A perseguição a Patrícia Acioli foi gravada por câmeras de segurança de estabelecimentos comerciais e de vias públicas, confirmando que dois homens em uma moto azul a acompanharam desde a saída do fórum até um posto de gasolina na entrada do bairro do Tibau, em Piratininga.
A partir dali, os executores ultrapassaram a juíza e esperaram que ela chegasse em casa, quando desceram da moto e atiraram com três pistolas diferentes. Patrícia Acioli foi atingida 21 vezes, mas foram os tiros no pescoço e na cabeça que a mataram.
Toda a investigação da Delegacia de Homicídios para descobrir os assassinos da juíza Patrícia Acioli foi pautada na identificação das imagens por onde passou o carro da magistrada na noite do crime. Foi assim que sete vídeos foram localizados. Em cinco imagens, a moto azul segue o Fiat Idea da juíza. Mas foi a última imagem que chamou a atenção da polícia: na entrada do condomínio de Patrícia, os assassinos ultrapassam o carro dela. Eles estacionam a moto e aguardam. Até o local onde a moto ficou parada foi registrado.
Agora, a perícia tem que identificar as três armas de onde partiram os tiros. Além dos 695 equipamentos do 7 BPM (São Gonçalo) apreendidos, a polícia faz diligências para descobrir armas particulares dos PMs.Fonte Jornal Extra

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