Mário Sérgio deixa o comando da PM

 

O coronel Mário Sérgio Duarte não é mais o comandante-geral da Polícia Militar. Ele pediu exoneração do cargo ontem à noite. Em carta, Mário Sérgio explicou que seu pedido de demissão se deve à nomeação do tenente-coronel Claudio Luiz Silva de Oliveira para o comando do 22 BPM (Maré).
O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, aceitou o pedido do oficial. O nome do novo comandante da PM ainda não foi divulgado. Em nota, o secretário disse lamentar a saída do coronel e "esclareceu que tem por política conceder autonomia às chefias das polícias".
Mário Sérgio, por sua vez, na carta que encaminhou a Beltrame é categórico ao atribuir a sua saída ao caso da morte da juíza Patrícia Lourival Acioli.
"Sobre o caso particular que me impõe esta decisão, o indiciamento do tenente-coronel Claudio Luiz Silva de Oliveira no homicídio da juíza Patrícia Acioli, e sua consequente prisão temporária, devo esclarecer à população do Estado do Rio que a escolha do seu nome (...) não pode ser atribuída a nenhuma pessoa a não ser a mim", escreveu o coronel, reconhecendo o erro de sua escolha.
Mário Sérgio submeteu-se a uma cirurgia de próstata nesta semana e está de licença médica por 30 dias.
Os coronéis Álvaro Garcia, chefe do Estado Maior, e Aristeu Leonardo, chefe do 2 Comando de Policiamento de Área, estão cotados para assumir a corporação.


Leia a carta de Mário Sérgio na íntegra:

Exmo Sr secretário de Estado de Segurança José Mariano Benincá Beltrame

Dirijo-me à V. Exa para solicitar exoneração do cargo de comandante-geral da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. O motivo de fazê-lo se fundamenta na necessidade de não deixar nenhum espaço para dúvidas quanto a minha responsabilidade no processo de escolha dos comandantes, chefes e diretores da corporação, preservando, de quaisquer acusações injustas, as pessoas que me confiaram a nobre missão que assumi comprometido com a honra, e agora deixo, norteando tal decisão neste mesmo imperativo de valor. Sobre o caso particular que me impõe esta decisão, o indiciamento do tenente-coronel Claudio Luiz Silva de Oliveira no homicídio da juíza Patrícia Acioli, e sua conseqüente prisão temporária, devo esclarecer à população do Estado do Rio de Janeiro que a escolha do seu nome,como o de cada um que comanda unidades da PM, não pode ser atribuída a nenhuma pessoa a não ser a mim. O Rio de Janeiro, senhor secretário, está em franco processo de recuperação de sua imagem como lugar de tranqüilidade pública e paz social não por acaso, mas, seguramente pela aplicação de um conjunto de ações norteadas pela clareza das idéias. O Estado, sua população, cada pessoa que por aqui transita em busca de paz e bem, devem continuar confiando nesta política pública que privilegia a vida, descontrói o ódio e reacende esperanças. Ao tempo que vos agradeço pela confiança depositada e o apoio nos momentos mais difíceis, solicito-vos que encaminhe este pedido ao Exmo Sr governador, a quem também explicito meus eternos agradecimentos pela oportunidade e a honra que me concedeu ao nomear-me Comandante de minha amada Instituição. Deixo de fazê-lo pessoalmente por me encontrar hospitalizado, convalescendo de uma cirurgia

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