Sem febre e livre de antibióticos, o quadro neurológico do baterista da
Estakazero, Paulo César Perrone de Souza Júnior, de 32 anos, começa a
demonstrar melhoras. Hospitalizado desde o dia 19 de julho, quando foi
baleado na cabeça durante um assalto na modalidade saidinha bancária, no
Caminho das Árvores, o músico já reage a alguns estímulos, como abrir
os olhos e mexer os braços e mãos.
O estado de saúde de Perrone é
estável, mas não há previsão de alta médica. A meningite bacteriana foi
controlada, e o baterista não apresenta mais infecção, segundo
informações da assessoria do Hospital das Clínicas, em Salvador, onde
está internado desde o dia 31 de agosto. Antes disto, Perrone esteve
hospitalizado no Hospital Geral do Estado (HGE).
Paralelo a isso,
segue a batalha judicial em que a família de Perrone tenta incluir o
músico como dependente do avô, Emílio Maia de Souza, no plano de saúde
da Associação dos Servidores Fiscais do Estado da Bahia (Asfeb), sem
carência, embora ele nunca tenha contribuído. Segundo o advogado Rodrigo
Chiprauski, o objetivo é entrar com recurso e, após o credenciado ser
autorizado, pedir a transferência de Perrone para o Hospital Jorge
Valente.
O Asfeb Saúde respondeu, em nota pública, que compreende
e se solidariza com o drama vivido pela família, mas que "o pedido
traduz um desconhecimento acerca da natureza da Asfeb, que disponibiliza
o Asfeb Saúde sob o regime jurídico de uma autogestão, regularmente
registrada na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), sendo,
portanto, um programa de saúde voltado a um grupo fechado de
beneficiários, em que todas as despesas contraídas com a assistência
médico-hospitalar são rateadas entre os participantes, na proporção das
respectivas cotas, o que caracteriza a absoluta ausência de finalidade
lucrativa da instituição".
Ainda de acordo com o advogado da
família, o recurso também prevê que o Bradesco possa custear parte do
tratamento, já que o músico foi vítima de saidinha bancária, após deixar
uma agência da instituição financeira.
Solidariedade -
No dia 2 de outubro (domingo), as bandas Estakazero, Cangaia de Jegue,
Adão Negro e o cantor Márcio Melo, amigos de Paulo César Perrone,
realizarão um show solidário em prol do baterista. Segundo a assessoria
da Estakazero, toda a renda da festa será revertida para ajudar nas
despesas do músico.
O show terá ainda participações especiais de Adelmo Casé, da banda Negra Cor, e Luciano Correia, do Mosiah.
A
festa acontece no Bahia Café Hall, na Paralela, a partir das 14 horas. O
ingresso está sendo vendidos em três valores - R$ 20, R$ 30 e R$ 40 -,
dando opção ao público de escolher quanto quer pagar. Eles estão à venda
nos balcões Pida e na Ticketmix.
Crime -
Perrone foi baleado quando passava com o seu carro, um Fiat Uno, cor
cinza, na Rua do Jaracatiá, próximo à Alameda das Espatódeas. Ele foi
abordado por dois homens em uma moto, que efetuaram o disparo mesmo com o
movimento intenso na via.
Um mês depois do ocorrido, 19 de
agosto, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) apresentou os dois
autores confessos da tentativa de latrocínio (roubo seguido de morte)
cometida contra o baterista. Leonardo Bruno dos Santos Santana e Cássio
de Souza Alves, ambos de 26 anos, integram uma quadrilha composta por
dez pessoas, especializada em crimes contra o patrimônio.
Segundo
informações do diretor do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio,
Cleandro Pimenta, Leonardo assumiu os dois disparos que atingiram a
cabeça de Perrone, e Cássio pilotava a motocicleta durante o assalto. A
dupla não aparece nas imagens das câmeras do circuito interno da agência
bancária divulgadas pela polícia no início do mês.
0 Comentários