Dia de cão em Salvador

Paciência. Foi o que centenas de baianos precisaram para encarar um congestionamento na manhã de ontem, de mais de 50 quilômetros nos dois sentidos da BR-324. O congestionamento, que durou cerca de oito horas, foi consequência de duas manifestações, uma delas realizada pelos moradores da região conhecida como ‘Passagem dos Teixeiras’, na cidade de Candeias a 46 quilômetros de Salvador.
Os manifestantes reivindicam da Via Bahia, concessionária que administra a rodovia, a isenção na praça de pedágio, empregos e pavimentação das ruas.
 “Eu estou voltando para Salvador, e o meu dia que era para ser de descanso se transformou em caos. Acredito que as manifestações devem ser um direito de todos desde quando esse ato não interfira na liberdade de centenas de pessoas”, afirma Edivaldo Santos, que pegou estrada pensando em curtir o feriado do Dia dos Comerciários com amigos e familiares na cidade de Feira de Santana. Por conta do protesto, a diversão foi substituída por uma longa  espera dentro do carro e na desistência da viagem.
Assim como Edvaldo, o empresário Carlos Araújo perdeu um compromisso importante na cidade de Candeias e tentou passar o tempo lendo jornal enquanto a fila do congestionamento parecia não ter fim. “Eu pego essa via todos os dias e acredito que as estradas necessitam, realmente, de melhorias. Agora acho importante que essas manifestações sejam  pensadas de  uma forma mais justa para não trazer mais problemas do que solução”, afirma.
 O protesto começou muito cedo e reuniu mais de 200 pessoas no km-597, a cerca de cinco quilômetros de Simões Filho. A população colocou fogo em pneus e galhos de árvores para impedir que veículos trafegassem nos dois trechos, apenas as ambulâncias tiveram o acesso liberado.
De acordo com informações da Polícia Rodoviária Federal, o congestionamento chegou há mais de 50 Km nos dois trechos e foi necessário solicitar apoio da Tropa de Choque da Polícia Militar para prevenir qualquer conflito, já que os manifestantes  ameaçaram só liberar a pista com a presença de um representante da direção da Via Bahia, e outro representante da prefeitura da Candeias. De acordo com informações da Via Bahia um representante da empresa foi de helicóptero até o local para conversar com os manifestantes.
Quanto as reivindicações solicitadas pela comunidade, a concessionária  informou que não há acordo para liberação de cobrança de pedágio em nenhuma comunidade pertencente ao trecho sob administração da ViaBahia. A empresa ressalta ainda que as rodovias não são avenidas ou ruas do município e não se destinam a servir de ligação entre os bairros, de acordo com as normas da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Sobre a manutenção de um trecho de asfalto localizado na entrada da localidade conhecida como Passagem dos Teixeiras, situada às margens da BR-324, a ViaBahia informa também que não tem responsabilidade contratual para executar o trabalho, já que o trecho não faz parte da concessão da ViaBahia.

Esgoto aberto em Águas Claras

Tumulto e congestionamento na manhã de ontem durante um protesto de moradores do bairro de Águas Claras. Os manifestantes reclamam que há seis meses um esgoto a céu aberto, na rua Dr. Costa Andrade está dificultando a circulação da população.
Além disso, a comunidade diz que  o mau cheiro tem provocado problemas de saúde nas crianças e idosos do bairro. Os populares fecharam a rua colocando objetos para impedir que veículos transitassem no local.
Um grupo de moradores impediu que os técnicos da  Superintendência de Conservação e Obras Públicas do Salvador (SUCOP) se aproximassem para verificar a situação, alegando que o órgão não é responsável pelo esgotamento sanitário.
De acordo com a líder comunitária do bairro, Jaciara Oliveira, a Sucop já esteve no local outras vezes, mas o problema no esgotamento sanitário é da esfera da Empresa Baiana de Águas e Saneamento da Bahia (Embasa) . “Estamos sofrendo com o mau cheiro há mais de seis meses e até agora nenhuma providência foi tomada”, declarou.
A dona de casa Lucia Silva, de 69 anos, disse que a mãe e outros moradores  com idade avançada estão sofrendo de problemas respiratórios por conta do esgoto. “Eu não sei mais o que fazer, as portas da minha casa vivem fechadas para evitar que o  cheiro de fezes se espalhe e prejudique ainda mais a saúde de minha mãe e das crianças”, afirma.
O técnico de construção da Sucop e responsável pela área, Fernando Valois, esteve no local mais foi impedido de realizar o trabalho pela população. “Vamos consertar  a rede de drenagem pluvial  e fazer todo o trabalho que compete a Sucop”, afirma. Até o fechamento desta edição, a reportagem não conseguiu falar com a Embasa para obter um posicionamento sobre o assunto.

Motoristas pedem recapeamento

Moradores e motoristas da cidade de Amélia Rodrigues, com acesso também feito pela BR-324, realizaram outra manifestação na rodovia na manhã de ontem.
O manifesto gerou congestionamento de mais de dez quilômetros nos dois sentidos, mas foi contido no final da manhã.
A manifestação ocorreu nas proximidades da praça de pedágio II, que ficou com as pistas interditadas. Os caminhoneiros pararam os carros para exigir melhores condições na estrada, que ficou cheia de buracos após as chuvas que atingiu a capital nos últimos  dias.
A ViaBahia informou que a abertura de buracos ocorreu em consequência da forte chuva  e já estão sendo providenciados  o recapeamento das  vias.

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