A índia Marileide Dias Conceição, 30
anos, que na última sexta-feira teria colocado o nome de pelo menos dez
desafetos seus na boca da própria mãe morta, está sob proteção
policial. O caso revoltou a população do município de Camacan, no sul
da Bahia. A genitora da acusada, Marinei dos Santos Rodrigues, 51 anos,
teria morrido de câncer.
Por acreditar que a morte da mulher
seria em consequência de um ritual de magia negra, a índia pataxó
Hãhãhãe expulsou todos do velório e aproveitou para colocar na boca da
mãe uma lista com nomes de pessoas que teriam, supostamente, contribuído
para isso. Junto, a filha introduziu também R$ 0,50, fechou o caixão e
ordenou o sepultamento.
A notícia se espalhou pela cidade
e pelo menos 40 pessoas estiveram na 36ª Diretoria de Polícia do
Interior (Dirpin) pedindo providências para que o corpo fosse exumado e
os nomes retirados. O curioso é que a mulher teria dito ao delegado que a
lista continha “uns dez nomes”.
De acordo com a agente Rosangela Nascimento Cruz, o grupo que se sentiu
prejudicado por Marileide foi orientado a procurar o Fórum da cidade
onde o juiz decidiria pela exumação do cadáver. O delegado João Mendes
Neto teria esclarecido também que, por não se tratar de um fato policial
e por se tratar de “crendice”, não poderia fazer a exumação do cadáver.
“Tive notícias de que até tentaram violar a sepultura”, disse Rosangela
Cruz, que ontem, no final da tarde, não tinha qualquer informação sobre a
decisão da Justiça. “Cheguei até dizer que quando conseguirem, o papel
já desmanchou”, comentou a policial, ressaltando, inclusive, que a
queixa de ameaça de morte não foi oficializada por Marileide.FonteTribunadabahia
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