A agressão a João Vitor não despertou apenas o sentimento de medo aos jogadores
do Palmeiras, mas acabou provocando a verdadeira revolta e uma grande
confusão com a diretoria e o técnico Luiz Felipe Scolari. Kleber liderou
um motim e, apoiado pelos outros atletas, ameaçou não entrar em campo
contra o Flamengo, quarta-feira, no Engenhão.
Felipão se irritou com a falta de comando da diretoria
e falou até em demissão. O treinador quer punição rigorosa para os
rebeldes e ameaça não viajar para o Rio de Janeiro se Kleber estiver na
delegação. Ele quer o afastamento do atacante.
Todo o grupo estava concentrado na Academia de Futebol e se preparava
para viajar às 21h para o Rio de Janeiro. Mas a notícia de que o colega foi agredido na tarde desta terça-feira alterou toda a programação.
Tomados pelo medo e pela preocupação com que novos incidentes
ocorressem, os jogadores se reuniram com a diretoria. Os líderes,
representados por Marcos, Marcos Assunção e Mauricio Ramos, cobraram proteção e uma ação mais enérgica da cúpula contra fatos tão inadmissíveis.
Mas a reunião fugiu do controle. Kleber se revoltou e discutiu
abertamente com o vice de futebol Roberto Frizzo, que ordenou que todos
entrassem no ônibus para se concentrarem em um hotel na Zona Norte de
São Paulo e seguirem para a capital fluminense no dia seguinte. O
Gladiador desrespeitou a regra e ameaçou não entrar em campo, caso a
diretoria não tomasse uma atitude.
O atacante pegou seu carro e foi para casa, apoiado pelos outros atletas
que se negaram a entrar no ônibus e também foram para suas residências.
Fernandão e Ricardo Bueno apoiaram o Gladiador desde o início, enquanto
Marcos Assunção e Henrique ficaram contra.
Sem nada a fazer, a diretoria ordenou que todos se apresentem no centro
de treinamento às 7h30 para a viagem. A confusão chegou ao ponto de um
funcionário do clube ligar durante a noite para cada jogador avisando o
horário que eles devem chegar à Academia. A cúpula, no entanto, não tem
qualquer garantia e teme que eles não apareçam.
Felipão observou todas as desavenças e deixou Frizzo tentar contornar a
situação. No entanto, ao ver o descontrole de Kleber e perceber que
perdeu o comando do grupo ficou muito nervoso. Ameaçou entregar o cargo
para o presidente Arnaldo Tirone, que não estava presente. Após horas de
negociações, o treinador se acalmou, mas ainda segue irredutível quanto
a Kleber.
A assessoria de imprensa do treinador disse não ter informações sobre o imbróglio por estar fora do país.
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