O Ministério Público estadual (MP-BA) ofereceu denúncia por crime de duplo homicídio qualificado contra três policiais militares que estariam envolvidos na execução dos integrantes da banda musical
BKS André de Jesus Cardoso e Tiago Santos Silva. A dupla teria sido
morta após ter oferecido rendição aos PMs. O crime ocorreu em outubro de
2010, no bairro Itapuã, em Salvador.
O MP requer que a condenação do tenente Vítor Peralva Santos, do
sargento Vandique Augusto de Almeida Costa e do soldado Carlos Alberto
de Oliveira Aguiar, visto que os denunciados admitiram ter efetuado 11
disparos.
Segundo nota do MP, o crime aconteceu quando os polícia foram informados que dois indivíduos em uma motocicleta
amarela estariam praticando assaltos no local conhecido como Baixa do
Dendê, em Itapuã. Na Rua do Gravatá, os PMs abordaram dois amigos das
vítimas, Rafael Ângelo de Araújo e Scharlesson Santos Silva, quando
viram Tiago e André numa motocicleta amarela.
O testemunho dos amigos das vítimas dá conta de que, ao perceber a
aproximação dos PMs, Tiago e André diminuíram a velocidade. Ainda assim,
o policial que estava no banco traseiro da viatura teria efetuado um
disparo em André, que estava na garupa e caiu. Tiago teria se rendido e,
mesmo sem oferecer resistência, já com as mãos para trás, obedecendo
aos PMs, teria sido baleado várias vezes. Um dos denunciados teria dito;
“então, você é o Tiaguinho”, antes de disparar. André, que assistiu a
tudo, teria recebido dos PMs a ordem de, mesmo ferido, colocar o amigo
na viatura. Como alegou não ter condições físicas, mesmo após implorar
por sua vida, foi executado de joelhos, com um tiro na cabeça. Com medo
de também se tornarem vítimas dos policiais, as testemunhas Rafael e
Scharlesson, fugiram do local.
Apesar do crime ter se dado em Itapuã, próximo a diversos hospitais e à
12ª Delegacia, os denunciados, de acordo com a denúncia do MP, colocaram
as vítimas no fundo da viatura e levaram até o Hospital Roberto Santos,
no Cabula, onde Tiago e André já chegaram mortos. O caso foi registrado
na 11ª delegacia, em Tancredo Neves, como crime de resistência.
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