Chuva não afasta soteropolitanos de cemitérios

Mesmo com as chuvas, o cemitério Jardim da Saudade ficou lotado durante todo o dia

Mesmo com chuva, os soteropolitanos não fugiram a tradição desta quarta-feira (2), Dia de Finados, e visitam os túmulos dos entes queridos nos cemitérios da cidade. O fluxo de veículos em direção ao Jardim da Saudade e Campo Santo deixam o trânsito intenso em Brotas e Federação, respectivamente.
A chuva fina, que caiu durante toda manhã, fez os guardas-chuvas dividirem espaço com flores depositadas nas sepulturas dos familiares. Como faz todos os anos, a médica Eliane Noia, visitou nesta manhã os túmulos dos pais no Jardim da Saudade. "É uma forma de estar perto e matar a saudade das pessoas que se foram", conta enquanto coloca flores para os pais.
O arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, que presidiu uma missa no Campo Santo, disse que a data é de saudade e esperança. "É um dia de saudade, mas saudade é algo muito positivo. Temos saudade das pessoas que amamos e que marcaram positivamente nossa vida, que semearam bondade e perdão. Isso é o que celebramos nesse dia. É um dia também de esperança, porque a vida não termina com a morte. A morte é uma passagem para a vida eterna".
Também houve cerimônia no Jardim da Saudade, presidida pelo bispo auxiliar Dom Gregório Paixão, que também comanda uma missa no Campo Santo às 16 horas. A programação da Arquidiocese também contou com celebrações na Quinta dos Lázaros nesta manhã e terá outra às 16 horas no Cemitério Bosque da Paz.

Raul Seixas - Enquanto a maioria dos visitantes oravam e colocavam flores para os familiares e amigos que morreram, roqueiros seguiram a tradição do Mundo do Rock e ecoaram as letras de Raul Seixas na sepúltura do músico no Jardim da Saudade.
Em sua maioria barbudos como o cantor e com camisas com a imagem de Raulzito, o grupo bebeu e relembrou os sucessos do "Maluco Beleza", que em agosto deste completou 22 anos de morto.
O músico Carlos Marques participou da saudação animada para Raul Seixas e disse que quando morrer quer que suas cinzas sejam depositadas no túmulo do cantor.
História - O Dia de Finados foi oficializado pela Igreja Católica em 1311 e, em 1915, Bento XV estendeu a solenidade para toda a Igreja. A data foi criada pelo santo Odilon, que justificou que os cristãos deveriam dedicar um dia aos fiéis falecidos, já que também celebramos os santos