Um grupo de cerca de 40 pistoleiros, armados e encapuzados, invadiu na
manhã de hoje um acampamento de índios guaranis no município de Amambaí
(MS). De acordo com informações preliminares da Fundação Nacional do
Índio (Funai), o alvo principal do ataque era o cacique Nísio Gomes. Ele
foi executado a tiros e, segundo depoimentos dos indígenas, teve o
corpo arrastado pelos pistoleiros. Ainda segundo os índios, os
pistoleiros também levaram com eles uma mulher e uma criança.
Enviada
ao local, uma equipe de agentes da Polícia Federal e de representantes
do Ministério Público confirmou o desaparecimento do cacique. A perícia
realizada pela polícia confirmou a presença de sangue humano no local em
que o cacique teria sido executado. Os policiais também constataram que
o corpo foi arrastado.
Representantes do Conselho Indigenista
Missionário (Cimi) afirmam que o número de mortes é maior. No total
foram três execuções, segundo Egon Heck, coordenador daquela organização
católica na região. Os outros dois corpos também teriam sido levados
pelos pistoleiros. Essa seria uma prática comum na região, para evitar a
identificação dos mortos, ainda de acordo com o Cimi. Até o fim da
tarde de hoje, um dos filhos do cacique Gomes se encontrava no Instituto
Médico Legal de Ponta Porã, realizando exames de corpo de delito. Ele
teria levado tiros de balas de borracha.
Para o Ministério
Público, que distribuiu uma nota oficial sobre o assunto, ainda é cedo
para se ter um quadro exato do ocorrido. Em grande parte a dificuldade é
devida ao fato de quase todo o grupo indígena, em torno de 60 pessoas,
ter fugido e se dispersado pelas matas da região, com medo dos
pistoleiros. Ontem a Polícia Federal conseguiu contatar apenas dez
deles. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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