Túmulos são violados e restos mortais ficam espalhados pelo local
O comerciante
André Conceição fez uma denúncia que chama a atenção das pessoas que
têm familiares enterrados no Cemitério São Jorge em Feira de Santana (a
108 km de Salvador).Segundo ele, túmulos são violados, deixando restos mortais espalhados pelo local. O comerciante diz que presenciou o fato no Dia de Finados ao ir visitar os túmulos de entes queridos.
“Notei que um mausoléu estava aberto e que tinha restos mortais espalhados no chão. Chamei a administração, que recolheu tudo e colocou no túmulo, mas como eles podem ter a certeza que os ossos eram daquele local?”, questionou Conceição.
Ele disse ainda que um mau cheiro exalava do local e que, ao questionar a administração do cemitério, eles apenas colocaram um plástico para tentar fechar o túmulo. “Acredito que eles estão usando o mausoléu como depósito de ossos, o que é um absurdo”, frisou.
Na manhã desta quinta, pedaços de ossos estavam espalhados pelo cemitério, o que, segundo o comerciante, confirma que outros túmulos estão sendo abertos, ou violados, sem a fiscalização da administração.
A auxiliar administrativa do local Ivete da Silva disse que esta cena é comum, já que é frequente a utilização de covas no chão. “Alugamos covas por um prazo de 2 anos e, quando os familiares não vêm retirar os ossos, fazemos o serviços e colocamos os restos em uma cova coletiva. Na abertura, é normal que pedaços de ossos se misturarem à terra”, explicou.
Ela informou ainda que há segurança 24 horas no local, com cerca de 10 pessoas trabalhando na vigilância, mas ainda assim vândalos conseguem entrar e violar alguns túmulos, principalmente nos dias de maior movimento como o de Finados – quando o cemitério recebe cerca de 5 mil pessoas. “Vândalos se passam por familiares e acabam mexendo nas covas e nos sacos onde estão guardados os restos mortais, deixando o material exposto. Não podemos dar conta de cerca de 5 mil pessoas entrando e saindo daqui”, justificou.
O proprietário do mausoléu citado pelo comerciante, Antônio Fagundes, esteve no cemitério e negou que o mesmo tenha sido violado. Ele afirmou que o túmulo foi construído há mais de 14 anos e que o tempo acabou deteriorando as tampas que cederam. “Não houve nenhum crime, as tampas cederam e os restos mortais ficaram expostos. Mas já providenciei tudo e esta semana será fechado”, informou. Ele negou que o mausoléu esteja servindo como depósito de ossos, e garantiu que os restos mortais que estão no local pertence a seus familiares. “Seis pessoas da minha família estão enterradas aqui, por isto a grande quantidade de sacos com restos mortais”, explicou.
O cemitério São Jorge é administrado pela Associação Feirense de Assistência Social (Afas)
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