Com preços atrativos e a comodidade de comprar para o Natal
sem enfrentar engarrafamentos, estacionamentos e lojas cheias, o
comércio virtual movimenta em dezembro 30% de todas as negociações do
ano, de acordo com a Câmara Brasileira do Comércio Eletrônico
(Câmara-e.net). Entretanto, há um longo caminho
até que uma oferta se transforme numa boa compra. Para isso,
especialistas em direito digital e defesa do consumidor recomendam
pesquisas e atenção antes de clicar em “comprar”.
Com o crescimento do mercado, o consumidor precisa redobrar os cuidados
com dois grandes problemas. O mais grave envolve a existência de falsas
lojas e sistemas fraudulentos para o roubo de informações dos clientes.
Mais comum, porém igualmente preocupante, são os problemas relacionados
à entrega dos produtos em tempo para presentear no Natal.
Neste
ano, as vendas do Natal devem crescer entre 30% e 40%, segundo o
planejamento da JadLog, uma das principais transportadoras de produtos
fracionados do País. A expectativa da empresa
é de transportar 1,6 milhão de encomendas até o final deste mês. “Nós
nos preparamos para enfrentar o período, mas acontece de termos que
socorrer nossos clientes porque alguma transportadora fez um compromisso
que não pode cumprir”, diz o diretor da JadLog, Ronan Hudson.
Segundo
ele, a questão do cumprimento de prazos é tão séria no setor que os
sites de maior porte já não estão mais aceitando encomendas para
determinados endereços. “Este período é muito importante para uma
empresa de transportes, mas o nosso negócio acontece durante o ano
inteiro. Não posso queimar a imagem da empresa”, diz.
Ainda
segundo Hudson, acontece de empresas do setor aceitarem mais encomendas
que a capacidade. E as reclamações nos órgãos de defesa do consumidor
demonstram que o problema é mais recorrente que o desejado pelas
empresas sérias e, principalmente, por quem está à espera de uma
encomenda. De acordo com a diretora de atendimento e orientação ao
consumidor do Procon-BA, Adriana Menezes, a entrega de produtos fora do
prazo estipulado é a principal queixa dos clientes do comércio
eletrônico na Bahia. “Existem reclamações quanto à entrega de produtos
com avarias ou de produtos diferentes daqueles que foram contratados,
mas na maioria das vezes os problemas estão relacionados mesmo à não
entrega no prazo correto", explica Adriana Menezes.
Para ela, é
importante que o consumidor adote uma postura de precaução em relação
aos problemas, mas o que tiver sido acordado no momento da compra
precisa ser cumprido pelos estabelecimentos comerciais. "Se o consumidor
compra hoje e a empresa diz que entrega amanhã, tem que entregar
amanhã. Se não pode entregar, que não se comprometa", ressalta.
Ao
consumidor, o Procon-BA recomenda uma atitude preventiva. Cuidados como
a verificação se o site é realmente seguro, se cumpre as entregas, além
de guardar os e-mails trocados são recomendações importantes. "A
maioria dos sites já oferece a opção do rastreamento da compra", lembra
Adriana. Em caso de problemas, a primeira recomendação é a de bus car
uma solução negociada com a empresa. "O cliente deve acionar o 0800 ou
enviar um e-mail para a empresa. Se não obtiver êxito, deve procurar o
órgão de defesa, com toda a documentação, para prestar uma reclamação e
buscar a solução imediata", diz Adriana.
Prevenção - O
sócio do PPP Advogados, Leandro Bissoli, especialista em direito
digital, recomenda aos usuários dos sites de compras cuidados redobrados
por conta do período. “O número de fraudes aumenta muito perto do
Natal”, avisa. Segundo ele, o ideal é usar a própria internet como fonte
de informação antes de comprar. “Quem cai em golpes normalmente
denuncia nas redes sociais, então é importante vasculhar o histórico da
empresa”, recomenda. Outra dica é verificar a situação do cadastro na
Receita Federal (www.receita.fazenda.gov.br) e no Registro Brasil (www.registrobr.com.br).
Para
a advogada especialista em direitos do consumidor, Ellen Gonçalves, é
importante ressaltar que a educação para o consumo é um dos princípios
do Código de Defesa do Consumidor, junto com a informação. “Às vezes o
problema não acontece durante a compra, mas depois que o pedido chega e o
consumidor percebe que se comprometeu além do próprio limite”, diz a
advogada. E o problema de perder o controle agora é que em menos de um
mês, os consumidores vão se deparar com as despesas típicas do início do
ano.
“Quando passarem as festas, chega o IPTU, o licenciamento
do carro, os materiais escolares e uma série de despesas que podem
deixar no sufoco”, alerta Ellen.
Quem pode ajudar em caso de problemas:
Procon-BAPessoalmente nos postos do SAC ou na sede do órgão (Av. Carlos Gomes, 746) / Tel.: (71) 3321-9947
1º Juizado Especial Cível de Defesa do ConsumidorRua Conselheiro Spínola, 77, Barris / Tel (71) 3328-3131
2º Juizado Especial Cível de Defesa do ConsumidorAv. D. João VI, 106, Brotas / Tel.: (71) 3357-5245/5242
5º Juizado Especial Cível de Causas ComunsFaculdades Jorge Amado, na Av. Paralela / Tel.: (71) 3366-4665 / 366-0509
Juizado Modelo
Campus da Ucsal, na Av. Cardeal da Silva, 205, Federação / Tel.: 3247-6736
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