Médico suspeito de imperícia depõe em Itiruçu

Dez dias depois de afastado das funções pela Secretaria Municipal de Saúde, suspeito de degolar o feto de uma adolescente de 17 anos, grávida de cinco meses, no Hospital de Iramaia, a 432 km de Salvador, o médico boliviano Humberto Sivila reapareceu em público e prestou depoimento na Delegacia de Polícia de Itiruçu, município a 131 km de Iramaia.

Acompanhado de advogado, Sivila disse ao delegado André Oliveira Lima, em depoimento prestado no final da tarde desta quinta-feira (8), “que teria sido um aborto espontâneo e que o feto teria sido envolvido pelo cordão umbilical”. Ainda em depoimento, tomado em sigilo, o médico afirmou que se afastou de Iramaia temendo represálias da comunidade e de familiares da adolescente, que moram no assentamento Boa Sorte, do MST, a 37 km da sede municipal.

Sivila acrescentou, ainda, que seu carro fora apedrejado, mas não identificou os autores. O médico, lotado há dois meses no Programa de Saúde da Família, no distrito de Novo Acre, e plantonista do Hospital Municipal, não foi localizado para comentar as acusações.

O procurador jurídico da Prefeitura, Pablo Picasso Silva Dias, disse que as denúncias são apuradas em sindicância interna. O inquérito policial, por sua vez, deve ser concluído até o dia 20 deste mês e remetido á Justiça. A suposta imperícia médica teria ocorrido em 19 de novembro, quando – de acordo com a mãe da paciente, Edileusa Silva Teixeira - o acusado, sem conseguir realizar o parto, teria usado uma tesoura para degolar a criança, retirando apenas seu corpo.

A paciente foi encaminhada para curetagem no Hospital Prado Valadares, em Jequié, e recebeu alta dia 21.

Postar um comentário

0 Comentários