Antonio Carlos Cerezo, o técnico Toninho Cerezo, volta à Toca do Leão com a desconfiança de alguns, por passagens
ruins em clubes como o Sport de Recife, este ano, e a esperança de
muitos, com um percentual de aprovação de até 34%, em função do trabalho
que realizou no exterior, particularmente Japão e Arábia Saudita, onde
conquistou vários títulos. A reapresentação dos jogadores para início de
temporada está marcada para o dia 26 de dezembro, mas Cerezo começa a
trabalhar muito antes.
A previsão é de que já no dia 12, segunda-feira, se apresente na Toca do Leão, para ao lado do Gestor
Newton Drummond, agilizar a reformulação do Departamento de Futebol,
principalmente com a renovação de contrato dos jogadores que ficam,
interessam para 2012, e a dispensa dos que não interessam. Além disso, o
clube vai investir em reforços, e quanto mais cedo eles forem
contratados, melhor para a Comissão Técnica que terá o grupo fechado
antes da estreia no Campeonato Baiano.
O vice-presidente financeiro, Carlos Falcão, acertou os
detalhes do contrato de Cerezo no sábado, pela manhã, ressaltando que
essa contratação é um importante passo para o sucesso do planejamento
de 2012. “Estamos convencidos que Toninho Cerezo, além de ser o nome
preferido da maioria da torcida, tem identidade com o clube, gosta e
sabe trabalhar com a divisão de base e está preparado para nos ajudar a
conquistar os objetivos que desejamos para temporada de 2012”, conclui o
dirigente.
A torcida rubro-negra não esquece o ano de 1999 quando
Cerezo obteve a maior sequência de triunfos de um treinador no comando
do Vitória. Na ocasião, ele levou o clube baiano à semifinal do
Campeonato Brasileiro, depois de eliminar o Vasco da Gama numa série
de três jogos emocionantes, sendo a segunda melhor campanha do clube no
Brasileiro da Série A – a melhor foi em 1993 quando disputou a final
com o Palmeiras, sob o comando do então técnico Fito Neves.
Cerezo, além do Vitória, treinou o Atlético Mineiro, Guarani e teve
uma rápida passagem pelo Sport Recife, seu último clube no Brasil. Fora
do país, ele trabalhou no Kashima Antlers, do Japão, por seis anos,
conquistando o bicampeonato e duas Copas da Liga e uma Copa do
Imperador. Treinou o Al-Hilal, da Arábia Saudita, o Al Ain e o
Al-Shabab, sendo campeonato em 2007/08, ambos dos Emirados Árabes .
Técnico vai valorizar as divisões de base
Fábio Costa; Rodrigo, Pedro Paulo (Eloy), Moisés e Leandro; Baiano,
Tácio (Otacílio), Fernando e Artur; Cláudio e Tuta. Os líderes da boa
campanha de 1999 do Vitória eram garotos, haviam conquistado a
maioridade recentemente. Fábio Costa, Baiano e Fernando tinham 21 anos.
Cláudio, atacante que formou dupla envolvente ao lado do “veterano”
Tuta, nem isso. Tinha apenas 20 anos, mesma idade do lateral-esquerdo
Leandro. No banco, promessas como Preto Casagrande e Allan Dellon davam o
suporte que o time precisava para sufocar os rivais no Barradão.
A equipe era bem balanceada, equilibrada em seus setores,
reverenciada a imprensa do Sul do País, como o Diário Lance. O lado
direito tinha força, com Rodrigo e Baiano se revezando entre apoio e
marcação. Pela esquerda, Leandro e Fernando davam o toque diferenciado,
apurado à equipe, que tinha sempre um volante mais fixo na proteção dos
zagueiros. O faro de gol já apurado de Tuta e a intensidade de Cláudio à
frente, mais a segurança de Fábio Costa, mais equilibrado naquela
época, embora já com personalidade marcante, completavam a sólida base
construída com maestria por Cerezo.
O Vitória de Toninho Cerezo atuava no 4-2-2-2 e, apesar da
tradicional ousadia dos jovens, que normalmente indica uma desobediência
tática, caracterizou-se por ser um time bem montado e equilibrado entre
todos os setores. Moisés, de 20 anos, e Pedro Paulo, de 21, formavam a
dupla de zaga responsável por proteger a meta defendida por Fábio Costa.
Zagueiros fortes e bons no jogo aéreo, que pecaram em alguns momentos
contra atacantes mais velhos e experientes. Nada anormal para quem
enfrentava jogadores tarimbados, como os atacantes Edmundo, Luizão e
Guilherme.
“Não se pode abrir mão das divisões de base, embora se precisa
também de um toque experiente. Vamos trabalhar com carinho, atenção
especial, porque é bom olhar pra trás, não só pelo meu começo, mas
função de um clube que tem boa estrutura, campos excelentes, torcida
presente. Isso a gente não esquece, fica na mente e no coração”, disse
Cerezo, que está em Belo Horizonte.
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