Frascos do anabolizante e notas fiscais reunidos por A TARDE durante reportagem
O Departamento de Polícia Técnica (DPT) informou, por
meio da assessoria de comunicação, na tarde desta segunda, 09, que a
corregedoria do órgão vai apurar as denúncias publicadas em A TARDE,
sobre a comercialização ilegal do anabolizante M-Drol, obtido pela
reportagem na loja Nutribox, de propriedade do perito-técnico Pedro Muniz e da esposa dele, Bruna Canuto, no Itaigara.A exemplo da Nutribox, situada no Shopping Passeo Itaigara, onde a equipe de reportagem comprou um frasco de M-Drol, com 90 cápsulas, por R$ 180, outro estabelecimento denunciado foi a loja Companhia do Suplemento, pertencente ao personal trainer Ranieri Carlos Santana, localizada na Avenida Princesa Isabel, na Barra, onde o produto foi vendido por R$ 220.
A TARDE entregou os dois frascos de M-Drol na Superintendência da Polícia Federal (PF) na Bahia, que foram recebidos pela delegada plantonista Aline Marchesini Pinto, seguindo orientação do órgão, uma vez que o produto não possui licença da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser comercializado no Brasil.
De acordo com a delegada, a PF deve aguardar comunicado oficial da Anvisa para, a partir de então, iniciar o inquérito policial, cujo delegado a ser designado para o caso ainda será definido. Por meio da assessoria de comunicação, a Anvisa informou que comunicará a denúncia revelada em A TARDE à Vigilância Sanitária local.
Inauguração - Fotos da Nutribox, na rede social Facebook, mostram os donos da loja entre policiais e autoridades da Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA), como o diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Arthur Gallas, e o titular da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR), Nilton Tormes.
Procurado por A TARDE, Nilton Tormes disse ter ido ao evento social como convidado. “Eu só tenho a lamentar essa notícia”, disse Tormes, antes de ponderar. “O fato de eu conhecer os proprietários não quer dizer que eu concorde com qualquer tipo de irregularidade”, enfatizou, afirmando desconhecer os produtos vendidos na loja.
A TARDE tentou ouvir o delegado Arthur Gallas, que, por meio da assessoria de comunicação da Polícia Civil, preferiu não emitir opinião sobre o caso.
Washington Post - No Código da Agência Mundial Antidoping (Wada), a metasterona (hormônio esteroide anabolizante encontrado no produto M-Drol) consta na lista internacional de substâncias proibidas desde 2006.
Cinco anos após a proibição, a comercialização do M-Drol no site Amazon.com causou repercussão nos Estados Unidos, em uma matéria publicada pelo jornal The Washington Post, em 19 de janeiro de 2011.
O texto da repórter Amy Shipley narra a denúncia feita pelo pesquisador Don Catlin, fundador do Laboratório Analítico Olímpico da Universidade da Califórnia.
Presidente da organização não-governamental Pesquisa Antidoping (Anti-Doping Research), Catlin comprou dez supostos suplementos alimentares, entre eles o M-Drol, analisou e comprovou: “Contém esteroides ilegais e potencialmente perigosos”.
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