Enquanto permanece indefinida a situação com o Estado, que
questiona a exigência da prefeitura em ter a contrapartida de R$ 71
milhões pelos investimentos feitos no sistema, o prefeito de Salvador,
João Henrique Carneiro (PP) dá mostras de que manterá o governo Wagner
longe do processo e viaja nesta terça para a Espanha acompanhado do
secretário municipal de Infraestrutura, José Mattos, para conhecer a
funcionalidade dos sistemas metroviários de Madri, Barcelona e Bilbao.
Lá, se reunirá com o chefe da Casa
Civil, João Leão (PP), e com o ministro das Cidades, Mário Negromonte
(PP). Em nota divulgada nesta segunda, o prefeito diz que não pode
depender do Estado para fazer o sistema funcionar. O secretário
estadual de Planejamento, Zezéu Ribeiro (PT), avaliou a anunciada viagem
da equipe municipal como mais um fator de instabilidade.
“Isso dá um sentido protelatório ao processo, já que a questão
não está resolvida”, assinalou Zezéu, referindo-se ao fato de o
prefeito ainda não ter assinado a anuência do município ao projeto de
Mobilidade Urbana, apesar de ter sido aprovado na Câmara de Salvador, no
dia 29 de dezembro. O secretário ressaltou que em outros estados da
Federação, o metrô é administrado numa parceria entre os governos
estadual e federal. “O mais absurdo é essa perda do espírito público. O
metrô é de importância fundamental para a cidade”,
criticou. A viagem do prefeito durará sete dias. “O retorno está
previsto para o dia 24”, disse o secretário municipal de Comunicação,
Diogo Tavares.
Documento - Na nota divulgada à imprensa, a
prefeitura informou ainda que a Procuradoria do Município elabora
documento, a ser assinado pelo prefeito, selando convênio com o Estado,
“onde estarão resguardadas a Lei Orgânica do Município e a Constituição
federal”, e que o município aguarda subsídios
de R$ 33 milhões sinalizados pelo Ministério das Cidades. “Os recursos
pleiteados ao Estado não podem se tornar condição imprescindível para
operacionalização do sistema”, diz a nota.
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