Cerca de 50 quilombolas foram ao local para protestar
Integrantes da comunidade quilombola Rio
do Macaco, instalada num trecho das margens da Baía de Todos os Santos,
apreveitaram a presença da presidente Dilma Rousseff na Base Naval de
Aratu, região metropolitana de Salvador, para denunciar nessa manhã de
segunda-feira, 2, que vêm sofrendo pressão da Marinha devido à
proximidade da Vila Militar da unidade.As 50 famílias se queixam que os fuzileiros "passeiam à noite pelas suas roças" criando clima de tensão com o objetivo de expulsá-los da área. Além disso, alegam que o acesso à comunidade é controlado pelo portão de entrada da Vila Militar.
O grupo de quilombolas aproveitou a presença de jornalistas no píer marítimo de São Thomé de Paripe, que estão de plantão para cobrir o descanso da presidente, para organizar um barulhento protesto contra a Marinha. Levaram várias faixas cobrando uma "solução" à presidente Dilma Rousseff.
Uma das frases acusava: "Marinha quer expulsar comunidade Rio do Macaco". Outras pediam socorro: "Vai permitir isso presidenta?" e "Dilma tem que nos ajudar". Os manifestantes levaram o "bumba-meu-boi" para o protesto realizado próximo ao muro que isola a Praia de Inema, privativa da Base Naval à de São Thomé de Paripe.
Disputa
Parte da área onde a comunidade está instalada, segundo os moradores, há cerca de 200 anos, é disputada judicialmente pela Marinha, que pretende usar o local para ampliar as instalações da base naval.
Em outubro de 2010, a 10ª Vara Federal da Bahia determinou, por meio de liminar, a desocupação de 43 imóveis do quilombo. A área na qual eles estão localizados foi cercada pela Marinha, e a entrada e saída dos moradores passou a ser monitorada. Um ano depois, porém, a área foi oficialmente declarada comunidade quilombola, com publicação no Diário Oficial da União em 4 de outubro, e a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), do governo federal, solicitou que a Procuradoria Geral da União (PGU) interviesse no caso.
No início de novembro, o Tribunal de Justiça da Bahia suspendeu a execução da liminar, que estava em fase de cumprimento coercitivo, e deu prazo de mais quatro meses, a partir de 4 de novembro, para negociações
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